Mario's Ruined Seclusion

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Se existe um detalhe bobinho para o pessoal mais novato não querer cair de cabeça no mundo do SMWhacking é o medo de achar que todas hacks são iguais. E quando digo iguais me refiro ao receio de baixar uma hack bonita mas com uma dificuldade extrema ao ponto de acharem que é kaizo . Por essas e outras esse pessoal acaba ou jogando as hacks da Gamma V ou se divertindo com o jogo original. Selo purista de qualidade, meus amigos! Se você faz parte desse grupo não tenha mais medo. A resenha de hoje é de uma hack produzida e compartilhada pelo até então BlueSheep123 . O cidadão está á quase 10 anos na comunidade e só lançou esse jogo? Que coisa, minha gente. Seria possível uma hack ser bonita e ao mesmo tempo divertida? Seria possível expandir a qualidade Nintendo original? É o que veremos agora. Como podem ter percebido na imagem acima o autor não precisou pensar muito para que a aventura se tornasse real. Basicamente tava tudo normal quando Peach desaparece e aí você já viu. Mario agor

Daymaker: Release From Doomsday


Vou contar uma lembrança bem rápida por aqui. Quando eu tinha dez anos meu pai comprou um cartucho preto estilo Famicom para o meu Polystation. Na capa do cartucho estava um monge com a cabeça do Mario e ao lado escrito MARIO 10. Na hora eu pensei "Existe mais do que um Super Mario Bros.?", mal via a hora de ligar o console. Bom... era uma romhack do jogo do Jackie Chan. E querem saber? Eu adorei! A princesa chinesa mostrava as coxas no final da hack, detalhe este que nem acontecia no jogo original. Qualquer dia desses eu faço uma resenha pro website, hehe...

A hack de hoje foi produzida por alguém conhecido como Plasma303. Aparentemente este foi o seu único projeto aceito na SMWC nestes quase 10 anos de presença (ou seria ausência) da comunidade internacional. Se a experiência valeu realmente a pena? É o que veremos agora.


Como inicio de conversa precisamos entender o que estamos lidando. A gurizada que se amarra em uns jumpscares hoje em dia talvez já conhecem a figura mas o pessoal mais velho (ou mais sério) não faz ideia do que estamos falando. Na hack de hoje não controlamos Mario, mas sim Daymaker. Esse carinha que mais parece um OC de Smurf é na verdade uma IA criada pela Nintendo na produção do clássico Super Mario Bros 3. Pro pessoal mais experiente Daymaker seria tipo aquele cachorro chato do Windows XP (porque o Clipper do Microsoft Word 2003 é inútil).

Pois bem, a coisa agora vai ficar estranha. Certo dia Daymaker conseguiu se locomover através de ondas elétricas de um Super Nintendo. Neste dia ele conheceu uma tal de Jennifer, uma garota que se quebrou feio após um acidente de carro. Rapidamente os dois se tornaram amigos e conforme as visitas se tornavam frequentes a garota não pensou duas vezes: ela tentou ensinar pro Daymaker o que era amor. Nada contra mas eu me pergunto o que levaria uma mulher bem sucedida de 21 anos a se apaixonar por uma IA. Bom, cada um com seus problemas...

Pra variar alguém tinha que estragar esse romance pra lá de bizarro. Surge então Doomsday, um vírus criado por algum membro da Darknet com o objetivo de causar pânico na internet que todas pessoas normais usam no cotidiano. O vírus é tão poderoso que segundo o autor ele é capaz de destruir qualquer máquina que ele invadir, basta se conectar através de impulsos elétricos. Vale lembrar que por alguma razão o vírus é pior que o Hitler, um verdadeiro sociopata carregado de ódio. E quem ele odeia principalmente? O nosso herói Daymaker, é claro.


Os gráficos são legais. Eles não são piores que o jogo original mas a sua estranheza agrega um valor carismático ao projeto. Como o protagonista é azul/branco acaba por se destacar perfeitamente. Existe um alto contraste entre sombra e tons que de longe me lembram as hacks do brasileiro Bandicoot. O mapa por si só recebeu o maior cuidado do mundo, com novos gráficos para sua borda como também um novo chão. A presença de animações no mapa me pegou de surpresa e o trajeto lembra um pouco o jogo original no começo (mesma posição do Switch Palace verde).

A música do jogo... bom. É a mesma coisa do jogo original.
Não irei negar que senti falta de algum sucesso sampled por aqui.

A jogabilidade é tradicional (até demais). Novatos vão se sentir em casa já que o projeto não apresenta uma dificuldade elevada mas o pessoal que busca desafios vai acabar se decepcionando. O layout das fases não é tão rompy como aparenta ser mas boa parte do conteúdo envolve em achar saídas secretas escondidas através de backtracking. Inclusive os chefes são os mesmos do jogo original. Se você tem aversão aos chefes personalizados com hitbox bugada talvez se sinta confortável matando alguns koopas com três chutes na cabeça.

Humor brasileiro. Você não entenderia.

Agora vamos levar em consideração a razão pelo qual os jogadores vão baixar a hack: a lore. Porque querendo ou não o projeto de hoje é um prato cheio para a comunidade que cultiva histórias de horror envolvendo Homebrews. Os pontos negativos anteriores podem ser perdoados caso você faça parte do público alvo, agora... caso contrário será apenas outra hack tradicional de SMW. Não apenas isto, mas certos elementos vão gerar mais confusão do que diversão no jogador (a primeira vez que encontrei os túmulos pensei que alguém próximo do autor havia morrido).

A história por si é interessante mas parece mais um caso clássico de creppypasta. Existem elementos de horror escondidos no projeto que infelizmente são absurdos demais para um adulto levar a sério. Temos um vírus sociopata, uma IA que descobriu o que era amor e uma mulher apaixonada que mais parece uma usuária do Tumblr (com todo respeito, mas parece mesmo). Talvez essa ausência de seriedade, esse fator edgy faça parte da brincadeira mas pra quem não se importa com tudo isso restam poucas qualidades para serem cultivadas normalmente.


Por onde eu começo? Nós temos aqui uma hack de SMW tradicional, coisa que desde 2020 se tornou algo cada vez mais raro graças a expansão de Kaizo como entretenimento na internet. Por um lado fico feliz em saber que ainda existem membros produzindo conteúdo tradicional mas por outro me decepciona ver tamanho potencial jogado fora. O problema é que o projeto de hoje é muito básico. Básico demais ao ponto de um veterano suspeitar que o autor não deletou as fases antigas antes de criar novas. Como se você estivesse jogando Super Mario World novamente, exceto que tem algo estranho acontecendo.

Sendo honesto eu gostei do projeto mas infelizmente não me imagino jogando religiosamente. O motivo nem é por causa da história e seus personagens mas o conteúdo em geral. É diferente mas não ao ponte de ser divertido, entende? Se fosse comida eu diria que falta tempero. Falta algo especial na jogabilidade que me faça querer jogar tudo novamente por alguma razão. Entretanto espero que isso não desanime o autor na sua jornada na produção de joguinhos. O potencial está bem ali mas o jogador espera bem mais do que isso. Boa sorte!

De nada.
Pontos Positivos:
+ Gráficos charmosos e quadriculados.
+ A mesma premissa de sempre mas com novos personagens.

Pontos Negativos:
- Ausência de novas músicas deixa a experiência sem graça.
- Jogabilidade repetitiva, mais fácil que o jogo original.
- Gostinho amargo de Barely Edit.

Sugestões:
* Nada a declarar...

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                  
Criatividade:                    
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Nota final:         
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Download: SMWcentral.net

Começou bem, mas precisa comer mais feijão.
Estrela bônus pra deixar aquele incentivo tradicional.

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