25/09/2024

Eu finalmente assisti Super Mario Bros. - O Filme

Eu sei que parece piada mas é verdade.
Antes tarde do que nunca, né?

Estava eu tranquilo desenhando para um dos meus jogos quando durante o intervalo do Telecine surge o comercial do filme. Para a minha surpresa o filme ia passar naquela mesma noite então nem perdi tempo. Deixei tudo de lado, me enrolei como um empanado no meu melhor cobertor e me preparei para assistir algo que tanto queria. Quando saiu nos cinemas aqui do Brasil eu estava ocupado demais enfrentando um exército de tomates ninjas, logo não deu pra ver. Mas o que estamos esperando? Vamos conferir o que achei do filme.


Qualidade espantosa de imagem... em 480p
Deve ser muito engraçado começar avaliando um filme planejado pra televisões ultra modernas no momento em que eu revelo que a minha televisão mais moderna é de 2010. Vocês por acaso se lembram quando as primeiras telas planas começaram a ser comercializadas e a tela era tão resistente que dava pra usar como pandeiro? Pois é. Mas eu percebi outra coisa importante durante o filme: os visuais são maravilhosos.

Mesmo em 480p foi possível perceber a qualidade visual do longa-metragem. Desde o detalhe do jeans do macacão do Mario até o reflexo dos apartamentos... tudo. Eu percebi que o departamento visual não estava pra brincadeira (o que é uma pena porque eu perdi boa parte das texturas). Enquanto isso os tons são vibrantes e imersivos. O que é era pra ser assustador (tipo o Reino Koopa) ganha vida através de uma apresentação visual impressionante. O mesmo vale pro Reino Cogumelo: nunca imaginei que veria o Super Mario 64 desta maneira.


Tudo no seu tempo... eu acho?
Não vi nada de errado com o pacing do filme. Algumas pessoas comentaram na internet que o filme era muito rápido, como se a Nintendo quisesse comprimir muito conteúdo em apenas algumas horas. O que eu percebi foi que em certos momentos o filme parecia esquecer dos próprios diálogos. Um exemplo foi durante a cena que faz referência á Berserk onde Peach fala algumas baboseiras com a Fireflower e fica encarando Mario em silêncio. Foi como se os dois estivessem esperando alguém dizer alguma coisa importante e no fim não acontece nada importante durante cinco segundos.

Entretanto a progressão do filme só pode ter sido idéia da Illumination. Veja bem: no momento em que Mario se separa de Luigi, duas linhas são criadas. O filme se divide por um tempo pra mostrar a jornada heroica de Mario enquanto Luigi sofre nas mãos de Bowser. São diversos conflitos minúsculos que no grande clímax se cruzam formando o conflito inevitável. A última vez que vi algo similar foi quando assisti Pets 2 em 2019, apesar que esta sequel não foi grande coisa.


A dublagem brasileira fez milagres
Anos atrás quando eu vi o trailer pude ver a recepção negativa do anuncio oficial. Com tantas pessoas talentosas dando a voz para personagens no youtube ou na TV a Nintendo resolveu chamar um grande elenco que para os brasileiros pode não ser grande coisa mas pros norte-americanos (USA) era. Jack Black é um monstro carismático (quem não se lembra do filme Escola Do Rock) e Charlie Day é famoso por esse meme aqui. Pelo que analisei alguns atores como eles estavam confortáveis exagerando a voz pra dar vida aos personagens... ao contrário do Chris Patt (ele é legal).

Mas nada se compara ao trabalho de quem realmente sabe o que está fazendo. Gente que valoriza a responsabilidade, que se importa com o filme. Eu não sei outros países mas a dublagem brasileira fez milagres mais uma vez. Mario e Luigi tinham um leve sotaque italiano que muitos jogadores esperavam ouvir em outras versões. O cara que dublou o Bowser fez um belo trabalho e a dubladora da Peach combinou perfeitamente. Eu não gostei muito da voz dos Toads mas não é como se eles fossem TÃO importantes assim pro filme. É nessas horas que dá orgulho ser brasileiro.


Alguma coisa sobre irmãos
Se existe uma coisa importante retratada no filme é a família. Você pode não entender ou até não se importar mas na minha terra a família é mais importante do que a vida da gente. Irmãos que se odeiam é o tipo de coisa que faz o seu avô chorar no almoço de domingo. Esse clima de guerra, de inveja e outras coisas negativas é horrível mas que infelizmente é rotina pra muita gente. Como alguém que possui a melhor família do mundo ver tais cenas foi perfeito.

Mario nasceu segundos primeiro e mesmo sendo ridicularizado o coração dele é bom o suficiente pra proteger os outros. Luigi não possui tanta confiança no próprio taco e precisa da presença do irmão mais velho pra poder ser quem ele é. Como irmão e o primo mais velho da minha geração foi legal ver a execução de uma harmonia parental tão alta. Em tempos em que a mídia faz questão de destruir valores antes protegidos em troca de dinheiro chega ser emocionante ver Mario e Luigi agindo como irmãos. Porque a verdade é essa: família é tudo. Não tô falando daquela telenovela...


Princesa Peach: era ela mesma?
Antes mesmo de ver o filme no conforto da minha casa já era possível sentir os calafrios dos comentários que vinham da internet. O pessoal estava adorando o espetáculo colorido e decepcionado com a qualidade dos dubladores. Mas era ela, a Princesa Peach, que preocupava milhares de fãs. A edição com seus melhores momentos fez o pessoal acreditar que ela estava machona, que não precisava mais de ajuda, enfim... Peach agora era uma Girlboss. O que isso significa? Significa que o medo de ver o nosso carismático herói ser humilhado era REAL. Mas será mesmo?

Vamos imaginar que você é uma criança criada por um povo distante e por ser especial é coroado. Você agora representa o reino mais importante, carregando um legado e uma economia invejável. Certo dia em uma reunião seus compatriotas apresentam Rei Bowser como uma ameaça não só ao seu reino mas aos demais. Após incessantes confrontos a grande tartaruga usa seu charme desajeitado pra negociar uma possível aliança... o que é uma roubada porque só assim Bowser conseguirá duas coisas: a expansão mortal do seu império obscuro e uma linda esposa.

Onde eu quero chegar com tudo isso?
Muito simples.

Durante o filme o telespectador percebe que Peach já estava acostumada com toda aquela situação. Ela não ficou impressionada com a presença de outro humano como incentivou ele a provar o seu potencial. Lentamente Peach foi se abrindo emocionalmente, demonstrando o que poucos conhecem por sensibilidade. Não só ela estava preocupada com Mario mas acima de tudo o lar que lhe acolheu, o Reino Cogumelo. É preciso lembrar que esta é a primeira vez que todos personagens cruciais se conhecem então desenvolver em poucas horas o que jogadores já sabem faz anos é questão de paciência.

Se você (assim como eu) esperava uma atitude mais intimidadoramente política, misandria mesmo... então ficou preocupado a toa. Nós até podemos ficar com um pé atrás com produtores ocidentais, principalmente depois que a indústria ocidental resolveu deixar tudo feio e sem graça. Mas a Nintendo? Como duvidar dos criadores do Universo Mario? Miyamoto jamais deixaria uma má interpretação ser aprovada internacionalmente. Nem eu deixaria! Humilhar o Mario não seria apenas humilhar uma multidão de fãs, seria também cuspir na imagem internacional que ele representa.


Rei Bowser: um vilão verdadeiro
Desde que eu era criança por alguma razão eu achava o Bowser incrível. O desgraçado do Koopa é literalmente uma aberração. Somente uma tartaruga enorme que cospe fogo para se tornar o maior inimigo de um encanador baixinho do Brooklyin. Sempre achei esse contraste interessante: Mario se sentia pequeno por fora mas Bowser apesar de tudo se sentia pequeno por dentro. É possível ver isso nos momentos em que ele demonstra seu lado romântico (do jeito dele). O filme conseguiu re-imaginar um lado mais brutal, algo que fizesse ser temido por todos.

E foi essencial porque até então a imagem que eu tinha pelos jogos da Nintendo é que merecia ser o chefão final... pelo tamanho. Se você se esforçar vai perceber que por algum tempo ele foi retratado como alguém perigoso, mas cômico (principalmente na série Paper Mario), Mas aqui? Neste filme? Totalmente brutal. Se você deletar as cenas do piano o desgraçado não tem pena de ninguém. Bowser é mais perigoso do que um policial bêbado, ele vai fazer o que for preciso pra conseguir o que quiser. A sua reputação vem do medo e não do respeito. Esse tipo de coisa define o personagem.

Falando nisso a lealdade do seu exército é impressionante.
Ninguém teve coragem de cogitar em golpe... incrível.


O macaco burro é burro mesmo!
Não acredito que o papel do DK no filme foi importante. É como se a Nintendo quisesse introduzir os primatas no filme como referência mas logo depois questionaram a possibilidade de agregar mais trabalho para a terra do gorilão. Talvez o lance de visitar outro reino por causa de uma aliança temporária foi uma boa desculpa pra mostrar o clima dos primatas. No começo eu estranhei o tema indígena do Hawaii até eu me lembrar que eu apenas joguei a trilogia de SNES. Mas se tem algo que merece um parágrafo exclusivo é a caracterização do DK.

Eu imaginei que a melhor forma de fazer justiça ao nome seria misturar força bruta com estupidez. No filme além de agressivo DK é preguiçoso e exibido. Ele adora uma platéia e a platéia o venera. Afinal estamos falando de um herói de outra franquia. De longe a sua atitude me lembrou aqueles idiotas bombados que vão pra academia venerar o próprio corpo (o famoso bolas de aço, sem miolos). Entretanto na tentativa de desenvolver o seu personagem o macacão aqui mais tarde demonstra um pouco de sensibilidade... como se ele fosse incompreendido, sabe? Infelizmente não me convenceu.


Pegou a referência?
É verdade. O filme possui inúmeras referências que fará qualquer fã da Nintendo saltar da poltrona. Desde a presença da Pauline como entrevistada até as migalhas irrelevantes que acontecem na paisagem. Tudo isso é um prato cheio pra quem vive de Nintendo. Enquanto eu considero isso um ponto positivo por outro lado eu achei um tanto intrusivo. Quero dizer, o filme em si é bom mas o que era pra ser apenas um detalhe se tornou uma obsessão. Foi como se o diretor tivesse mais preocupado em impressionar os fãs do que contar uma bela história... se bem que estamos falando de Mario, certo? Yeah...

Entendo perfeitamente que a Nintendo queira limpar a imagem negativa daquele filme dos anos 90. Sendo honesto não é tão ruim como dizem mas continua sendo uma das piores adaptações já feitas. Naquela época o diretor que mal conhecia a source converteu algo simples e colorido em uma visão futuristicamente depressiva, que em nada combina. Ao contrário do filme de hoje, que é extremamente carismático e vibrante. O que esperar de um filme onde a trama se repete inúmeras vezes? Se você ignorar a série de RPG as aventuras do bigodudo não são nada criativas. O povo tá cansado, quer novos personagens, novos conflitos. 

Mas não... tome aí a sua referência.
Não gostou? Tome aí outra. E outra... e mais outra...


Em primeiro lugar este filme foi feito especialmente para os fãs da Nintendo. Ou seja: para poder desfrutar de boa parte do conteúdo o telespectador precisa entender o que está acontecendo na telona. Por exemplo: o meu pai (que só reconhecia o Mario por causa do Super Mario 64) além dele perder o interesse rápido o velho ainda me interrompia pra perguntar que personagens eram aqueles e onde estavam. Dai enquanto eu assistia o filme eu dava uma breve explicação, apesar que o interesse dele não era lá grande coisa. Mas será que existem outros motivos?

O mesmo não acontece com outros filmes como Sherk. A premissa dos filme é bem fácil de assimilar já que é uma sátira de contos de fadas. Fora que a ideia inteligente de colocar personagens infantis em situações cômicas que só adultos entendem é uma arte esquecida no entretenimento atual. Só que Mario não é apenas um personagem carismático, ele é a representação de um monstro da indústria. Por essas e outras que eu senti um certo pingo de artificialidade durante o filme. Foi como se os personagens estivessem fingindo, não era algo genuíno. É uma experiência perfeita para crianças mas vazia para adultos.

Mas querem saber? Eu gostei bastante. Tanto é que aguardo ansiosamente para o segundo filme, este irei ver no cinema. Tomara que façam alguma piada envolvendo a relação do Yoshi e as controvérsias geradas pela PETA. Acredito que este será um bom momento para introduzir os Koopalings e o pilantra mais descolado da franquia: Wario. Quem sabe a marrenta da Daisy não aparece pra fazer a alegria dos fãs? Afinal, se é pra fazer um novo filme que seja pra desenvolver outros personagens em uma nova aventura. Tatanga se tornar vilão por um dia não seria má ideia.

Obrigado por lerem o tópico de hoje. Compartilhem!
Não esqueçam de beber água filtrada e olhar embaixo da cama antes de dormir.

20/09/2024

Sicari Remastered


Muita gente se confunde com os termos Remaster  e Remake. Eles praticamente representam a mesma coisa porém são completamente diferentes. Enquanto o primeiro mantém a essência do jogo (mas aperfeiçoa o apelo visual/sonoro) o segundo basicamente refaz tudo do zero. E isso é importante saber porque até mesmo nomes importantes como a Square Enix não sabem ao certo se querem vender um exclusivo refeito ou a mesma coisa de sempre, só que em 4k. Até porque, meus amigos... ás vezes os outros querem apenas que a história se repita. Pra sempre...

A resenha de hoje é de um remake.
Para ler sobre a versão original clique bem aqui.


A primeira coisa que conseguimos perceber logo no começo da introdução é que tanto a fonte foi trocada (a mesma utilizada em K-16) como a lore foi expandida. Se antes havia poucas informações sobre as personagens e o mundo em que vivem agora o jogador é surpreendido com a presença de deuses-guerreiros cósmicos. A arte das personagens melhorou muito. Se antes elas pareciam deformadas agora a qualidade bate de frente com algo que poderíamos encontrar em uma ROMhack de Pokémon de GBA. A música tema de Skyrim evoca nostalgia... muito bom. Não zerei até hoje.

Logo na primeira fase, um tutorial básico sem inimigos. O jogador poderá visitar o hotel em que Sicari e suas amigas moram, além de explorar alguns cantos do apartamento. É uma pena que ao interagir com a latrina o jogo não emite o SFX clássico de um certo alguém arrastando caixa. Seria cômico. Bom, pelo menos agora o jogador vai aprender como jogar com cada uma das meninas. Resumindo de um jeito simples: Sicari é um Mario e K-16 é o Megaman. Alguns dizem que jogar com a K-16 é horrível mas acredito que seja questão de se acostumar com o estilo da jogabilidade.

Ou será porque boa parte dos inimigos são imunes aos tiros dela?
Deve ser por isso que a protagonista é Sicari. :/

Agora não tem desculpa se você não sabe como jogar.
Ah, você não sabe inglês...

A interface do jogo ficou diferente. Se antes o HUD mudava constantemente de cor agora ele só troca durante eventos importantes (em um certo palácio fica tudo vermelho). Agora é possível não importa a fase ler o que está acontecendo na HUD, apesar que depois de um tempo o jogador não vai se lembrar que existe. Diamantes verdes garante vida extra se coletados cinco vezes durante uma fase mas levando em conta que é possível receber vidas de maneira mais prática acabam por se tornar irrelevantes. O jogo ainda utiliza o mesmo sistema de HP estilo Metroid. Infelizmente não é possível expandir o seu HP.*

*Correção: é possível expandir SIM com dois tanques de energia. Um deles se encontra no final do jogo e outro logo no começo. Passou despercebido por mim durante esta resenha.

O mapa realmente impressiona, principalmente se você comparar com a versão anterior. O mapa original era bem simples, foi feito usando o que era possível. Dava pra ver as limitações e a cobertura chamada "use a criatividade" para tapar alguns buracos. Entretanto aqui a coisa realmente muda de estilo, com um mapa que é literalmente um mapa. Se antes o mapa apenas existia agora evoca uma sensação de aventura histórica, algo bem Indiana Jones.


Como já era de se imaginar os gráficos receberiam atenção total. Se na versão original os gráficos quebravam galho com sua simplicidade agora foram redesenhados por quem já sabia o que estava sendo produzido. Por aqui vamos ver uso abundante de gradientes coloridos (ignorem a qualidade da imagem nesta resenha porque in-game está mais bonito), nuvens com transparência na Layer 3 e outros efeitos de luz. Quem bate o olho de cara logo vai assumir que este não se trata de uma Romhack mas de um jogo indie. Até o mapa dá gosto de ver!

O autor inclusive investiu seu precioso no quesito animação. Ao longo da jogatina é possível jogar com até cinco personagens diferentes em diversas ocasiões (o gráfico é atualizado no jogador por algum tipo de comando ASM) e caso o jogador morra uma animação diferente pra cada tipo de morte irá acontecer. Por exemplo: se Sicari cair na lava ela vira cinzas e se K-16 cair em um buraco as partes do corpo robótico dela vão aos ares. Definitivamente um belo capricho por parte do desenvolvedor, tanto é que até animação de "ficar quieto" as personagens possuem.

Só fico feliz em saber que esse jogo não possui AQUELAS galerias com mortes.
Oh, não! Morganah abrindo os portões do inferno de novo?

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...

Diga-se de passagem que a trilha sonora é absolutamente fantástica. As músicas são de outros jogos mas acabam por combinar bem com o local escolhido. Temos sucessos de Pokémon, sucessos de Castlevania, Megaman, enfim... o que tiver instrumento extra com samples de alta qualidade está aqui. Quem não sabe da coisa até vai ficar assustado com o poder do SNES em reproduzir algo com qualidade CD. Entretanto tamanho poder sonoro não foi bem balanceado. Em certas fases a música parece estar mais baixa do que a anterior e só então SURPRESA: seus ouvidos estouram com uma música bem alta.

Por outro lado temos agora fases bônus ao decorrer do jogo que proporcionam desafios simples mas bem diferentes para jogadores que desejam acumular vidas para mais tarde. Por aqui você vai resolver quebra cabeças envolvendo itens ou até mesmo uma sessão quase infinita envolvendo o que eu acredito que seja um pônei chamada Ditsy. O único ponto negativo é que de todas as músicas que o autor poderia ter escolhido foi justamente o insuportável Can-Can. Não que a música em si seja ruim mas a qualidade do port escolhido não é das melhores.


Em geral a experiência é tradicional. Por aqui temos duas personagens controláveis através de um bloco que se localiza no começo ou na metade de um estágio. Temos diversos obstáculos usando inimigos do próprio SMW (porém redesenhados) e algumas lutas com chefes novos. O Layout foi feito para desfrutar as habilidades das duas garotas, sem esquecer também do walljump. Alguns estágios possuem alguma mecânica especial que logo mais tarde reaparece em uma versão mais desafiadora. Se você gosta de conteúdo e originalidade então vai se sentir em casa por aqui. 

Algo interessante que foi aperfeiçoado pelo autor foram as cenas de Course Clear. Se no jogo anterior você basicamente retornava para o mapa após coletar uma Orb no final do estágio agora o jogador contempla uma linda paisagem com parallax. Detalhe importante é que o autor criou variações para cada situação, inclusive para quando você zerar o jogo. São poucos os projetos de SMWhacking que utilizaram este método, talvez porque não saibam executar ou porque não vale a pena.

Afinal, estamos falando de uma ROM hack.
Não é todo mundo que leva a sério, quando mais um jogo indie sem Kickstarter.


A inclusão de fases com a bruxinha Anna diversifica um pouco o acontecimento principal. Em geral elas são legais porém eu ainda não fiquei sabendo o que a aventura dela agrega no objetivo de Sicari. Se a participação dela no enredo funciona como evento paralelo eu até posso entender (imagine ela como se fosse a Marisa Kirisame deste universo) mas se for o caso porque Sicari acaba enfrentando os inimigos dela durante uma Boss Rush? Se for pra incrementar o desafio da penúltima fase do jogo até entendo mas do ponto de vista da lore não faz muito sentido. Até porque pelo que eu entendi Sicari não sabe que Merlin existe.

Por mencionar chefes, aqui todos eles são a atração principal. Assim como em uma partida de Megaman não espere que o chefão morra tão fácil. Por aqui o jogador é obrigado á ser ágil, decorar os padrões dos seus inimigos e tirar a melhor vantagem possível da arena. Para quem está acostumado com os chefes burros do jogo original chegar no terceiro mundo pra desgraçada da Little Nancy comer todas as suas vidas é uma situação comicamente trágica. Para deixar a situação desconfortável pra quem joga caso você morra será preciso jogar metade do castelo novamente porque o checkpoint se encontra na metade da fase (quando deveria estar antes do chefe). Acredito que isso não acontece mais nos próximos jogos.

Sailor Moon vestida de bruxa dando voadora no seu namorado imitando o Zé do Caixão.
Não sei, não assisto Sailor Moon...

Considero o último mapa da aventura como um clímax imperfeito. O castelo da Niscura é uma grande homenagem á jogos como Castlevania e Megaman, onde o herói precisa desbravar um complexo de cem mil anos apenas para chutar a bunda do vilão. São poucos estágios, mas estes bem representados através de um mapa simples e bem desenhado. Se você é um jogador que tem pressa então irá perder a paciência facilmente por aqui.

Se antes você não sabia controlar as personagens agora é forçado a aprender. Todos os estágios deste mapa elevam a dificuldade, exigindo precisão e reflexos do jogador. Como se não fosse o bastante alguns estágios sofrem de lentidão. Ás vezes essa lentidão vai atrapalhar a jogabilidade, matando o jogador. O quinto estágio é especial pois Sicari enfrenta um clone de todos os chefes do jogo... o que é aceitável. Mas por que ela enfrenta os inimigos de suas amigas?


Diferente de tudo que você viu até agora a batalha final é realmente incrível. Ela não é perfeita, claro, mas continua radical. Niscura é um chefe bem mais poderoso e maior do que os demais. Os seus golpes são rápidos e criativos. Um destes golpes engole o chão verticalmente, eu achei legal. Entretanto demora um bom tempo para o jogador finalmente decorar seus movimentos e escolher as decisões corretas para sobreviver. Em compensação o gráfico é lindo, parece até o cachorro da Reimu. O que é engraçado porque a personagem de Touhou nasceu anos depois, em 2017.

Eu reparei algo interessante sobre o último mapa: é tão difícil que quando o jogador supera um estágio ele recebe algumas vidas como bônus. Pode parecer loucura mas eu não me recordo do jogo mencionar essa ajudinha. É como se o autor quisesse responder ao feedback negativo com um uma solução rápida, mas não tão intrusiva ao ponto de avisar para o jogador. Infelizmente tais mudanças não impedem de alguns jogadores desistirem da experiência.


Não tenho muito o que dizer a respeito da batalha final. Se você comparar com as versões anteriores ela se encontra bem mais audaciosa e misteriosa. Claro, conhecer ASM ajuda bastante pra executar suas idéias mas acredito que ás vezes o jogo parece querer tropeçar nos próprios pés. Eu vejo boas idéias aqui e ali mas de alguma forma erros bobos surgem pra lembrar que este é um projeto sem fim lucrativo. De qualquer maneira é bom dar os créditos onde se merece: quando você monta um baralho de cartas qualquer decisão pode colocar tudo á perder.

Por outro lado a história conclui imparcialmente. Alguns pontos são revelados mas outros causam ainda mais confusão, eu diria que é a velha tática de Hollywood pra anunciar uma possível continuação. Quem é Resa? Qual seria a conexão cósmica entre Sicari e K-16? O mais absurdo disso tudo é que a aventura séria terminou com uma comemoração na sorveteria. Em um momento o mundo vai acabar e em outro estão fazendo uma festa como se nada tivesse acontecido? Tá aí algo que você vê naqueles filmes pra garotas adolescentes. Mas quer saber? Eu gostei. XD

COMO ASSIM, IRMÃO?
T-TEM MAIS?

Pois é, meus amigos.
Para surpresa de muitos tem mais!

Vamos considerar hipoteticamente que o jogador gostou da experiência. Vamos dizer, hipoteticamente, que o jogador está mais do que preparado para usufruir do conteúdo bônus. Para inicio de conversa será preciso retornar para o palácio misterioso e se jogar no buraco como um sacrifício. A fase vai soltar um estouro e tudo então fica vermelho, como se fosse uma Creepypasta. Pra quem jogou isso de madrugada com fones de ouvido não preciso dizer que isto era a última coisa que esperava em um projeto colorido desse jeito. Não que isso seja uma reclamação, mas eu realmente não esperava.

Sendo assim o jogo abre um novo mapa com um capítulo bônus que se não me engano desencadeia mais tarde os eventos de Sicari 2 - The Brink Of Time. Pelo que eu pude entender você controla uma humana chamada Gracie da qual está fugindo de uma invasão alienígena. Em certo momento ela encontra uma mulher misteriosa chamada Eclipse (aparentemente outra deusa) da qual manipula a garota á revelar informações confidenciais que levam até o artefato cuja posse pertence á Sicari. E aí que a surpresa começa porque este mapa é fácil (mas decepcionante) se comparado com o castelo da Niscura.


Pense neste mapa como uma expansão do jogo base, porém com outros personagens e uma dificuldade mediana. Os gráficos dão a impressão que foram feitos por últimos (porque são bonitos) e apesar da jogabilidade não inovar tanto continua interessante. Por aqui o jogador vai efetuar diversas acrobacias pra pegar vidas e abusar de segredinhos de jogadores experientes para matar certos inimigos. Um exemplo de segredo é que é possível matar inimigos como Pokey e Big Boo escorregando em slopes. Infelizmente a decepção começa agora...

Se o jogo base já sofria com péssimas decisões de game design pra elevar a dificuldade o mínimo que o jogador espera é que o conteúdo bônus seja diferente, mas não... continua frustante. Sabe o último frame da imagem anterior? Esse caminho lilás piscante é invisível (isto é, não sólido). Se o jogador quiser memorizar quais lugares ele tem que pisar ou ele presta atenção na péssima posição dos inimigos ou ele simplesmente se mata. Reclamar disso á essa altura do campeonato é irrelevante porque tais mecânicas já fazem parte do jogo principal. Poxa, Eevee! :(

E então você termina esse mapa. O que você recebe?
Outro mapa bônus. Que foi? Não gosta de conteúdo Endgame?

Teoricamente não foram os humanos que criaram os deuses?
Uma hora toda divindade se torna mitologia.

Para a minha surpresa existe outro mapa bônus. Para a minha alegria o mapa é duas vezes mais fácil, duas vezes mais tranquilo de jogar do que os mapas anteriores. Eu preciso realmente confirmar o que vou dizer mas se não me engano este era o mapa bônus definitivo antes do capítulo anterior ser adicionado na última atualização do projeto. O jogo de hoje foi lançado em 2018 mas a sua última atualização foi em... 2020? Eu acho. De qualquer forma vamos dar uma olhada nesse mapa colorido, super criativo bem abaixo.

Logo ao entrar na primeira fase o autor afirma que essa dimensão não faz sentido, o que justificaria os temas aleatórios. Começamos com uma simulação satírica de um GAMEBOY, degustamos alguns conceitos ridículos que não fizeram parte da aventura principal e outras fases que fazem referências á outros jogos. Posso estar enganado mas Sicari surfando em um pântano possui a mesma vibe histérica do Shinobi da SEGA pilotando um Jet Ski. As fases por aqui são divertidas e bem criativas... só é uma pena que será preciso sofrer tanto até poder chegar neste mapa.


Em primeiro lugar queria deixar bem claro que essa não é a primeira vez (fala aí Mario Hacks) que eu faço uma resenha deste mod. Na verdade, esta é a segunda vez e diga-se de passagem que é incrível como a pessoa consegue assimilar bem mais conforme a experiência. Eu não conheço o autor mas gostei muito de como ele usou o Super Mario World como medium pra manifestar a sua criatividade, o seu universo. Se em Sicari a história era apenas um brotinho em Sicari Remastered ela está querendo desabrochar... mas vai ser preciso regar bastante essa flor pra se ter um jardim.

O jogo de hoje está mais pra um Remake do que um Remaster. Sim, ele continua praticamente a mesma coisa porém a experiência se encontra mais agradável do que a versão original. Temos aqui um apelo visual que até anos atrás não era possível e uma trilha sonora que deixaria qualquer projeto no chinelo. Alguns erros foram corrigidos, principalmente visuais (se lembram do espinho decorativo?). Entretanto o autor acabou tropeçando nos próprios pés criando situações cheap para tentar elevar a dificuldade do joguinho. Alguns não se importam, mas para outros é trivial.

Do ponto de vista mais criativo eu acredito que o que foi feito aqui demonstra um enorme potencial pra desencadear uma série de jogos (que se não me engano é o que o autor está fazendo). Os personagens já se conhecem, alguns se odeiam, outros se amam. Marinheiros de primeira viagem vão ficar á ver navios mas quem se interessar vai acabar explorando na busca para obter mais informações que desenvolvem este universo dentro da própria hack. Se o autor tentar se dedicar em expandir a lore desenvolvendo pontos triviais das personagens e como elas interagem com o mundo aí sim o projeto vai deixar de parecer flat.

Eu recomendo o projeto de hoje para aqueles que buscam algo mais casual, mas ao mesmo tempo desafiador. O jogo possui o seus problemas mas eles acabam servindo mais como um obstáculo infame do que realmente um incômodo. É possível chegar no terceiro chefe com mais de quarenta vidas (se você for bom) o que serve de ponto de partida para o que vem em seguida. E claro: uma experiência pra quem está cansado do universo Mario. Se tem algo que está desaparecendo na comunidade são projetos criativos assim. Não por falta de resources, mas por falta de incentivo.

Eu acredito que disse tudo que eu queria dizer.
Ufa! Seria essa a minha maior resenha até então?

A estátua está com os peitão de fora?
A estátua está com os peitão de fora.

Pontos Positivos:
+ Uma das hacks mais famosas da SMWcentral.
+ Gráficos originais marcantes.
+ Universo criado pelo próprio autor.
+ Trilha sonora bombástica.

Pontos Negativos:
- Algumas músicas são mais altas do que outras.
- Fator cheap tenta elevar a dificuldade.
- Alguns chefes vão incomodar os jogadores mais tranquilos.

Sugestões:
* Não faça mais aquele lance de esconder o chão com HDMA.
* Fases da bruxinha Anna poderiam ser opcionais.

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                  
Criatividade:                    
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Nota final:         
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Download: SMWcentral.net

Uma aventura agradável que fez justiça aos dois jogos anteriores.
Curiosidade: esta resenha demorou quase dois meses pra ficar pronta.

13/09/2024

Call Of Cthulhu


"Dizem que gatos guardam os mistérios da humanidade. Ou será que eles são, de fato, o percussor de tal mistério? Criaturas enigmáticas, com um olhar sagaz e curioso. O ápice de um enigma que o ser humano, tão eloquente e irracional, procura desvendar em desventuras imaginárias. Não importa se este estiver fora de si ou simplesmente deprimido: a imagem felina o encanta. Devora-te. Em uma conexão atemporal entre os cosmos, uma magnífica obra de arte celestial." -TheMorganah

Gostaram? Eu estou realmente inspirado hoje.
Seria uma boa hora de dizer que sou poeta? Acho que não.

A resenha de hoje será de um projeto lançado por Yashum em meados de 2012. Não tenho palavras em expressar a alegria de escrever uma resenha deste mod novamente. Um projeto que foi responsável por despertar o meu interesse em 2014 por Smwhacking. Claro, Touhou Mario e The Senate foram outras portas na época mas isso não é importante agora. Para comemorar a sexta-feira treze do mês, que tal desbravar os mistérios da humanidade comigo?


Vamos começar comentando a razão pela qual o projeto existe. Eu não posso comentar muito sobre esta parte (eu já conversei com o autor) porque apesar da hack ter sido um sucesso Yashum não curte muito a ideia do pessoal ficar lembrando da razão pela qual ela existe. Mas vamos supor que um dia ele acordou pela manhã, super inspirado, e decidiu fazer um mod de Super Mario World como presente de aniversário para um amigo. O pessoal não fazia mod Kaizo pra trollar os amiguinhos? Então, a parada aqui é parecida. Gentil da parte dele como pessoa.

A história da hack é basicamente assim. Certo dia Mario estava lendo um livro dos contos de H.P Lovecraft quando seus olhos ficaram cansados. Em um piscar de olhos ele se encontrava em um túnel escuro e uma voz doce feminina o chamava. Desorientado o nosso herói cai em um mundo enigmático jamais visto antes, repleto de criaturas gosmentas e muito verde. Se você conhece as obras do sujeito este será o ponto crucial que o levará a jogar este mod, sem dúvidas. Por aqui você encontrará várias referências de seus contos, inclusive os gatinhos. Quem não gosta de gatos?


Os gráficos são verdes, em sua maioria. Alguns estágios vão para um lado mais abstrato enquanto outros acabam se tornando a própria carne viva. Digamos que os visuais simples fazem justiça, principalmente quando o próprio autor teve que desenhar algumas coisinhas. Quando não foi feito por ele foi ripado de outro jogo, como Cave Story. Um detalhe interessante é que Mario perdeu o chapéu. Isto significa que ele está perdido ou totalmente vulnerável.

Se os gráficos não são bons o suficiente pra você saiba que a trilha sonora podem mudar a sua opnião. Apesar de simples para os padrões atuais a música do jogo possuem faixas de outros jogos com o propósito de agregar imersão. Esqueça momentos alegres porque o que predomina aqui é ausência de esperanças e a mais pura melancolia. A cena que mais me marcou foi quando Mario descobre a superfície ao som de Terranigma enquanto o sol tenta brilhar ao fundo. Foi como se o jogo estivesse recebendo o jogador de braços abertos. Totalmente mágico.


A jogabilidade em si é bastante simples. Para dizer a verdade ela segue o padrão plataforma tradicional sem nenhum problema. Entretanto é preciso tomar cuidados com alguns pulos cegos, coisa que era comum na época até o pessoal ficar vigiando os próprios passos. Boa parte dos inimigos só te perseguem ou dão pulinhos. Alguns deles esmagam, você sabe quais. Mario não possui nenhum poder novo sequer, ele apenas salta e corre.

Para tentar evitar a mesmice da experiência o autor fez inúmeras áreas para seus capítulos onde em cada uma delas é preciso fazer algo em específico. Por aqui você vai se confundir com uma ilusão do cenário, morrer na terra dos espelhos e ficar irritado com o segmento no escuro com P-Ballon. Não importa o que aconteça sempre haverá algo diferente pela frente. O jogo possui uma única batalha contra você-sabe-quem, o verdadeiro clímax da experiência.


A parte negativa se encontra no método apresentado pelo autor. Por aqui o jogador não joga estágios, mas sim segmentos (como um livro). O problema é que ao jogar pela primeira vez o autor forçou todos os seis segmentos em apenas um estágio devido as limitações da época. O próprio jogo incentiva o uso de savestates como checkpoint logo no primeiro capítulo. Após os créditos é possível escolher e jogar os segmentos na ordem em que bem desejar.

Mas vamos imaginar que não estamos jogando em um emulador. Vamos dizer, hipoteticamente, que estamos jogando em um cartucho direto no console (como nos velhos tempos). Imagine a sensação ao lembrar que toda vez que morrer terá que jogar tudo de novo. É uma situação desafiadora mas incrivelmente chata porque estamos falando de uma experiência de quase 60 minutos. Imagine chegar na batalha final contra o dito-cujo e acabar morrendo por acidente. Acredito que ele não imaginou que alguém iria jogar desta forma, principalmente em 2024.

Veja pelo lado bom: o cartucho vai salvar o seu progresso.
Que belo troféu pra mostrar aos amigos, né não? Que amigos?


A parte mais engraçada do projeto não são as referencias que apenas os amigos do autor podem decifrar mas sim a quebra da quarta parede. Sim! Como o projeto possui a temática clássica da loucura é claro que o jogo irá tentar questionar a sanidade do jogador. Logo no terceiro segmento é possível "morrer" para depois escalar a tela de Game Over. E como não mencionar a saudosa tela de pause do ZSNES? Porque naquela época todo mundo jogava neste emulador logo simular um pressionar acidental da tecla ESC foi genial. Queria ver alguém tentar o mesmo com Snes9x hoje em dia...

Porém tamanha genialidade teve o seu preço. Os quebra-cabeças do jogo não são horríveis, mas se você for uma pessoa desatenta ou estiver jogando pela primeira vez vai demorar bastante. Alguns desafios como o caminhar pelos blocos de estrela requerem extrema precisão, tanto na velocidade constante como no momento de fazer o salto. Não preciso dizer que o jogador vai morrer bastante por aqui. Enquanto a ilusão do GAME OVER é jogável o congelar da tela do emulador antigo é assustador: você aperta os botões e nada acontece. Haja paciência!


Por último vem a cereja do bolo que é justamente o confronto contra o Coisa Ruim. Durante o jogo alguns ocultistas querem ressuscitar o Cleiton pra causar terror geral mas para a sorte do bigodudo a sua forma não estava completa. Com a ajuda do anjo Mario consegue derrotar o você-sabe-quem usando penas de anjo. Diga-se de passagem que a música utilizada na batalha elevou o momento tudo-ou-nada, a coisa tinha ficado realmente séria. Com a ausência de pontos de checagem qualquer erro (vulgo cagada) deletava o progresso e aí já viu: o choro é livre.

Entretanto o problema da batalha era que o jogador deveria ser não só ágil, mas entender as regras do jogo. Na primeira etapa você enfrenta o ocultista, bem fácil. Na segunda etapa você enfrenta Ele próprio porém atordoado, dá pra ver que é um Noob Custom Sprite*. Mas na terceira etapa da batalha a arena fica menor e o desgraçado só recebe dano com um tipo de inimigo no qual é preciso agarrar pra lançar. No momento que você agarra esse inimigo o Mario recebe dano. Por isso as penas do anjo se tornam um elemento crucial para a vitória.

*Se você perceber o gráfico é bem maior que o padrão 32x32, logo posso estar errado. 
Entretanto este jogo usa bastante Ex-Animation, logo o autor pode ter feito algum truque visual.

Cara, como eu adoro essa música.

O jogo possui dois finais: um ruim e outro pior ainda (tô brincando). No final bom Mario consegue selar o filho da fruta verde com a ajuda do Anjo e voltar para casa. No final ruim Mario não consegue suportar o poder eminente que a presença do Todo Poderoso exalta, consumindo a sua mente por completo. O seu rosto em choque foi um dos momentos mais traumáticos possíveis já que o autor desenhou seus olhos vazios de um jeito que nem eu gosto de lembrar.

Caso você queira realmente pegar o final bom será preciso coletar os gatinhos cinzas espalhados pelos segmentos. Curiosamente na primeira versão havia um bug que não contava direito, logo era questão de sorte pegar o final bom mesmo coletando todos os felinos. A versão que muitos jogam hoje na internet é a versão consertada, onde não é mais preciso coletar exatamente 100% mas sim 75% das estátuas. Segundo o autor ele havia planejado um final alternativo no qual Mario fugia de barco mas por falta de tempo acabou por não criar nada e ficou por isso mesmo.


É possível ver que esta resenha foi um pouco diferente das demais. A hack de hoje foi importante para mim, é possível ver a minha euforia ao descrever a experiência ao público. Mas como eu costumava dizer "nem tudo são flores" até uma obra-prima possui os seus defeitos. Por aqui o que envelheceu mal foram decisões que só funcionaram na época do lançamento. É imperdoável exigir savestates hoje em dia quando se tem Retry Patch mas naquela época não existia nem Multi Midway Patch. A construção dos estágios, a trilha sonora e praticamente o resto ficou impecável.

Em primeiro lugar eu recomendo este mod de Super Mario World para amantes de horror cósmico, principalmente para aqueles que já gostavam da coisa antes de Darkest Dungeon popularizar o gênero. Em segundo lugar acredito que todos possam aproveitar a experiência falha (porém genuína) que o autor apresentou. Não é um projeto difícil, porém requer atenção em certos momentos. Realmente é um jogo em que você precisa usar toda a sua energia de uma vez só e isso vai desmotivar aqueles que tem pressa. Agora se você gostou, meu amigo... é só alegria.

O que você acabou de ver foi basicamente o resumo da batalha final.
O efeito da última cena ficou show de bola!

Pontos Positivos:
+ Uma aventura sinistra e melancólica.
+ Execução criativa da sua temática.

Pontos Negativos:
- Ausência de checkpoints elevam a frustração do jogador.
- Algumas mecânicas requerem mais de uma tentativa.
- Bug dos gatinhos afeta o final do jogo.

Sugestões:
* Sem comentários

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                  
Criatividade:                    
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Nota final:         
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Download: SMWdatabase

Um verdadeiro clássico, perfeito para uma sexta-feira 13.
Ah! Como eu adoro preservação de jogos...