Mario's Ruined Seclusion


Se existe um detalhe bobinho para o pessoal mais novato não querer cair de cabeça no mundo do SMWhacking é o medo de achar que todas hacks são iguais. E quando digo iguais me refiro ao receio de baixar uma hack bonita mas com uma dificuldade extrema ao ponto de acharem que é kaizo. Por essas e outras esse pessoal acaba ou jogando as hacks da Gamma V ou se divertindo com o jogo original. Selo purista de qualidade, meus amigos!

Se você faz parte desse grupo não tenha mais medo. A resenha de hoje é de uma hack produzida e compartilhada pelo até então BlueSheep123. O cidadão está á quase 10 anos na comunidade e só lançou esse jogo? Que coisa, minha gente. Seria possível uma hack ser bonita e ao mesmo tempo divertida? Seria possível expandir a qualidade Nintendo original? É o que veremos agora.


Como podem ter percebido na imagem acima o autor não precisou pensar muito para que a aventura se tornasse real. Basicamente tava tudo normal quando Peach desaparece e aí você já viu. Mario agora precisa resgatar a sua melhor amiga outra vez. Vendo por um lado não é um detalhe tão gritante já que a Nintendo só gosta de inovar quando ela bem entende. Manter a premissa clássica para uma ROMhack que pretende seguir os mesmos padrões não é lá tão ruim assim.

O mapa é vibrante. As cores são bem vivas e alegres. É possível ver um belo desenho de toda sua estrutura assim como suas decorações. Para a minha alegria até a borda foi editada (garante um charme pra apresentação em geral... como se fosse um jogo mais completo, sabe) e para minha surpresa não existe até então chefes. Todo mapa possui fases normais e uma fase especial representada com uma daquelas caveiras do SMB3. Um detalhe curioso que só fui descobrir na última fase: toda vez que você entra em uma fase Mario manda um "curtir" pra você. Que cara legal, não é mesmo?


Não espere visualmente nada que não seja extremo. Não espere contemplar nenhum gráfico externo de Castlevania ou outro jogo japonês por aqui: o autor apostou todas suas fichas em reproduzir (e quem sabe expandir) o estilo do jogo original. Não só tudo é muito colorido como a presença de fake HDMA em quase tudo que é fase gratifica os olhos do jogador. A inclusão de novos gráficos é bem discreta para que não fugisse do ambiente baunilha proposto pelo autor.

Enquanto seus gráficos fazem justiça queria comentar um pouco sobre a trilha sonora. Assim como Super Mario World ela possui uma seleção de composições que volta e meia se repetem de acordo com o tema da fase (caverna, grama, etc). Entretanto o pancadão aqui é uma mistura de nostalgia com som de high-definition-super-sampled. Em certos momentos o jogador vai contemplar uma rave dentro de uma casa fantasma (esse tipo de música é usado para fases mais difíceis no jogo) porém ouvir a mesma música quase todo mapa pode ser enjoativo para alguns.

Coletar as Dragon Coins ficou bem mais interessante!

Level design é simples, mas não faz feio. Apesar de sua simplicidade a experiência é estruturada em um grupo de objetivos diferentes, se assim posso dizer. No começo as fases são retas demais mas logo em seguida surgem obstáculos maiores. O jogador vai passar um bom tempo indo de A para B, seja na horizontal ou na vertical. Raramente é possível jogar alguma fase enorme, daquelas em que Mario precisa fazer um zigue-zague vertical (e se cair, tchau progresso). Mesmo assim, é possível ver que o autor respeitou os próprios limites na mesma proporção que arriscou.

Boa parte dos obstáculos são fáceis o suficiente para serem ignorados (principalmente em fases abertas) mas isto não ocorre em locais mais apertados. Logo no começo o autor apresenta uma mecânica e um desafio da maneira mais segura possível. Se o jogador atravessar esse obstáculo ainda haverá mais três variações, sempre elevando a complexidade. Como o jogo não possui tempo não existe aquela pressa pra terminar logo, o que é muito bom. O quão difícil é acumular vidas?

É só não morrer, baby.
Acredite se quiser: é impossível um veterano morrer aqui.


Existem algumas fases que pra quem já jogou vai perceber claramente uma referência. Em PRICKLY PROMENADE temos uma fase enorme de brambles laranjas e assim como no jogo referenciado o jogador precisa apostar uma corrida perto do final. Isso mesmo, estou falando da sua mãe de Donkey Kong Country 2. A própria música que o autor utilizou nesta mesma fase é a mesma do jogo dos macaquinhos... tava na cara, era só ver. Pelo menos nós sabemos que esses tipos de mod são feitos de saudosistas para saudosistas. Que homenagem!

Este projeto é um daqueles joguinhos em que é visível que o autor deseja que você se divirta. Só por garantia ele deixou bastante poderes pelas fases (sabe como é, nem todo mundo sabe jogar SMW) enquanto as Yoshi Coins se posicionam estrategicamente. Em alguns momentos o autor prega uma peça usando a própria gimmick escolhida e como exemplo o susto que levei no final da fase LIFT YOUR SPIRIT não é brincadeira. O jogo é fácil mas morrer perto da Goal Orb é sacanagem. Mas sabe o que é pior? Saída secreta ao lado da Goal Tape.

Neste momento eu testei o meu coração.

E então após muito esforço chegamos no mundo do Bowser. Diferente dos outros é bem curto, logo você saberá o motivo: os estágios são bem mais difíceis que o normal. E quando eu falo difícil eu me refiro á obstáculos que testam a atenção do jogador. Surgem blocos invisíveis que ficam sólidos com Ex-Animation, labirintos com espinhos no oceano e montanhas íngremes (famosa rampa).

Não tem muito o que dizer á respeito do último mapa. O que poderia ressaltar é que a dificuldade do mundo final tem cara de algo mais opcional, como se a elevação da dificuldade fosse um tanto abrupta. Se o jogador não ficou cansado no penúltimo mapa certamente vai usar outro dia para gastar suas energias por aqui. O castelo do Bowser é uma decoração. O jogador entra e inicia a batalha final, parecendo até que o autor estava com preguiça de fazer um castelo final.

Mas este é o menos dos detalhes.
A experiência geral é bem agradável.


Olhando por cima eu digo que foi uma ótima experiência. O jogo é bem colorido, as músicas são gostosas de ouvir e o level design respeita o jogador até certo ponto. Pra quem tem medo de dificuldade alta o jogo se considera bem equilibrado, porém ao chegar no penúltimo mapa começa a cansar o jogador. Os obstáculos começam a investir mais em precisão, testando a paciência daqueles que pensavam que o jogo inteiro seria fácil. Acredito que os estágios com dificuldade mais elevada poderiam ser opcionais para não quebrar o flow mas esta é apenas uma observação minha.

Eu recomendo esta hack para todo mundo que ama Super Mario World, principalmente para os curiosos que desejam entrar de cabeça nesse mundo louco de editar a ROM de um jogo velho da Big N. Aqueles que buscam dificuldade vão se chatear facilmente, sem imaginar que um belo desafio os aguardam no mapa final.

A paz foi restaurada até Kamek aprontar de novo.
Será que não percebem que é ele que revive o Bowser?

Pontos Positivos:
+ Imagens coloridas e poderosas.
+ Trilha sonora fantástica, porém repetitiva.
+ Jogabilidade variada.

Pontos Negativos:
- Últimos estágios possuem uma dificuldade alta em comparação.
- A batalha final é a mesma do jogo original.
- Dragon Coins aparentemente não servem pra nada.

Sugestões:
* Nada a declarar no momento.

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                  
Criatividade:                    
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Nota final:         
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Download: SMWcentral.net

Se teve uma hack que merecia destaque em 2023 era essa.
Perfeita pra jogar durantes viagens. Que tal?

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