Eu me lembro como se fosse ontem quando meu primo me emprestou o cartucho do Super Mario World pra eu jogar no final de semana. Em apenas três dias eu fui incentivado pelo destino a completar o jogo em 100%. Eram quase 16:00 da tarde quando eu finalmente vi o desgraçado do Koopa pela primeira vez. Um chefão gigante impressionava qualquer um, até mesmo uma criança de 12 anos. Cadê o meu Yoshi em uma hora dessas? No portão do castelo, é claro.
A hack de hoje foi produzida por AroohWahoou.
Mas chega de papo: chegou a hora da resenha.
É possível trocar de Yoshi apertando L+R ao iniciar um novo jogo.
Por isso mesmo a estrela da resenha será o Yoshi azul.
Vamos começar esta resenha pela parte menos importante que é o plot. Basicamente alguma coisa ruim aconteceu com os irmãos Mario, o que levou Yoshi resgatar a princesa Peach em seu lugar. A julgar pelo gráfico do jogador Yoshi não parece gostar dessa ideia, não. A expressão do nosso herói demonstra estar cansado ou irritado com essa aventura, mas... a iniciativa não foi dele? Que coisa.
A interface é limpa e organizada. O menu principal já causa uma boa impressão, mostrando os melhores momentos do primeiro mundo do jogo. É possível ver uma novidade curiosamente engraçada na introdução do jogo: Yoshi montando em outro Yoshi. O autor ainda se prevaleceu porque o Yoshi inteligente não está pedindo carona, está dando ordens. Que horror, minha gente.
O mapa por sua vez é simples, mas bonitinho. Enquanto a borda apostou em um certo padrão púrpura o conteúdo do mapa é uma mistura interessante do Yoshi Island e gráficos 8-bits. O ícone dos stages são animados e saídas secretas são representadas pela cor vermelha ao invés do padrão azul.
A estrela da hack são os gráficos. Coloridos e vibrantes causam um impacto positivo para o pessoal que é facilmente atraído por algo jamais visto. O segredo por aqui é a combinação dos gráficos do Icegoom editados com os próprios gráficos do jogo original. É possível ver, também, alguns gráficos de Mario Maker e outros desenhados pelo próprio autor. Tudo junto e misturado.
Mas nada disso seria vibrante senão fosse as novas cores disponíveis no jogo. Tons escuros de azul e púrpura geram contraste com tons saturados de verde e amarelo. O lado negativo de toda essa vibração visual é que assim como açúcar chega uma hora que enjoa. O jogo recicla bastante coisa visualmente causando a impressão que estágios compartilham a mesma vibe.
Um bom exemplo são os castelos. Todos os castelos do jogo (incluindo o final) usam o mesmo gráfico da imagem abaixo. Tá certo que o autor escolheu o caminho de padronizar os estágios mas para mim os castelos são especiais. O último castelo, pelo menos, poderia usar um gráfico novo só pra dizer que de fato a coisa é séria. Faltou um pouco mais de ousadia nesse quesito.
Em primeiro lugar gostaria de dizer que enquanto a jogabilidade é tradicional o autor não fez um bom uso do chip SA-1. Eu sempre fui contra essa ideia de entupir os estágios com inimigos pra tentar elevar a dificuldade. Cada inimigo merece ocupar uma posição estratégica que faça o protagonista pensar antes de agir. A dificuldade se encontra na qualidade do obstáculo e não na quantidade.
O jogo inicia normalmente com uma dificuldade amigável. Logo nos primeiros estágios o jogador aprende algumas regras básicas e outros indicadores legais. É possível agarrar e carregar inimigos leves como em Super Mario Bros 2 (NES). Alguns estágios possuem brincadeiras interessantes como o famoso "você tem 100 segundos pra chegar até o final" e o infame "todos canos são iguais, mas apenas um leva para saída secreta". É bem básico, mas funciona.
Se existe algo que eu gosto demais é quando uma SMW hack tem loja. E adivinhem? Yoshi visita várias delas por aqui. O autor aproveitou o ASM que expande as moedas em até 999 para que o jogador pudesse comprar várias coisas. Enquanto em outras hacks o preço continua o mesmo, por aqui os vendedores fazem promoção conforme o progresso do jogador. A imagem acima é uma das últimas lojas e como podem perceber... tem um súbito Easter Egg.
Outra coisa muito legal que tem por aqui são as cidades. Os cidadãos caminham para lá e para cá, literalmente animados e sempre com algo legal para dizer. Alguns dão dicas importantes sobre desafios que aguardam o jogador mais adiante. Outros falam alguma bobagem (como na imagem abaixo), variando o humor do projeto entre o estúpido e o homoerótico. Mesmo não sendo evidente esse tipo de humor pode gerar repulsa em certos públicos.
Falando na trilha sonora... ela é um tanto mística. Ás vezes o jogador deduz que são músicas originais, outra vez deduz que são músicas que já foram usadas em outras hacks. É um verdadeiro mistério. Acredito que o responsável usou algum pacote de instrumentos diferenciado. A parte negativa da trilha sonora é que certas músicas incomodam bastante. Pior ainda: o autor reciclou bastante as músicas chatas. O melhor exemplo que posso dar é o tema da Ghost House.
Os chefes são simples, fáceis de serem derrotados. Se você for um jogador experiente, que já viu de tudo nesses 20 anos de SMWhacking... não alimente suas expectativas. Por aqui você vai encontrar o fantasma original do jogo, Birdo, aquela serpente de três cabeças e o caranguejo que atira pedras. Deu pra perceber que os chefes novos são do infame jogo SMB2, só pra combinar com a mecânica de agarrar os seus inimigos. Eu gostei, faz sentido.
Eu gostei do jogo de hoje, apesar que não me imagino jogando outra vez. Para falar a verdade existe uma sensação estranha que me impede de retornar outro dia. O projeto agrada visualmente e seu humor discreto surpreende nos pequenos detalhes. Entretanto o layout reciclado de alguns estágios garantem a impressão que o autor estava ficando sem idéias perto do último mapa.
Yoshi's Super Adventure como a primeira hack impressiona. É possível ver alguns erros de principiante, como a dificuldade em tornar certos estágios mais desafiadores. Eu acredito que o uso do chip SA-1 justifica a decisão do autor em inserir inúmeros inimigos na mesma screen, apesar que tudo isso apenas torna a experiência amadora e frustante.
Se você for um jogador tradicional que viu o estouro do Super Mario World Redraw e pensou na época o quão legal seria se fosse possível controlar Yoshi... essa hack é pra você. Tem algumas idéias legais mas os picos de dificuldade podem assustar o pessoal mais tranquilo. Acredito que o pessoal do Kaizo nem vai se interessar por essa hack: não é difícil como JUMP e suas mecânicas não são exploradas como se imagina. É uma experiencia interessantemente colorida.
Pontos Positivos:
+ Cores maravilhosas.
+ Dosagem de humor em certos momentos.
+ Você controla um Yoshi que muda de cor pressionando L+R.
Pontos Negativos:
- Humor homoerótico pode ofender certos públicos.
- Achar a saída secreta em estágios difíceis é um sacrifício.
Sugestões:
* Considere usar SA-1 apenas em casos extremos.
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Dificuldade: ★★★★☆
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Gráficos: ★★★★☆
Jogabilidade: ★★★☆☆
Trilha Sonora: ★★★☆☆
Criatividade: ★★☆☆☆
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Nota final: ★★★★★★★☆☆☆
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Download: SMWcentral.net
Uma execução impressionante para a primeira hack de alguém.
Aguardamos seus próximos projetos!
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