Eu culpo Final Fantasy pela lenga-lenga de alguns jogos ficarem repetindo o mesmo conceito manjado de heróis iniciando uma jornada em busca de vários artefatos. É sério! Então você acredita mesmo que o meu grupo de guerreiros vai viajar os quatro pontos cardinais em busca de [insira aqui o artefato] somente pra retornar e descobrir que invocamos um Falso Deus?
Essa hack foi produzida por Gamma V e compartilhada na internet em 2025.
Todo mundo conhece a autora? Ótimo. Vamos para a resenha.
O plot da coisa é literalmente o da imagem acima: por alguma razão, o universo está em apuros. Como Mario vai salvar o dia novamente? Desbravando quatro mapas diferentes em busca de chaves protegidas por chefes misteriosos que aparentemente nem fazem da confusão que está rolando.
O importante disso tudo é que não existe uma ordem correta de qual mapa jogar primeiro. Causando uma sensação de controle absoluto o jogo permite que Mario escolha a ordem que quiser. Quer jogar o mapa de lava antes do mapa de praia? Vai fundo. Eu adoro quando jogos permitem que o jogador escreva a própria aventura. Parece bobo, mas torna a experiência especial.
A qualidade dos mapas chega ser mais impressionante que os visuais dos estágios. Não só a borda foi editada discretamente como o autor implementou HDMA, dentre outros efeitos. Parece simples mas faz toda diferença. A trilha sonora dos mapas também chama a atenção, com destaque para o mapa de praia. Não sei se a música é original, mas que é boa isso é!
Os visuais dos estágios manteve a qualidade original da própria autora, com excessos. O gráfico do player foi trocado, ficou legal. O que não ficou legal foi a nova HUD. Deve ter algum defeito no código da nova interface porque em certos momentos o jogo parece que vai explodir e para que isso não aconteça acaba surgindo a clássica lentidão extrema.
POV:
Você é um veterano jogando uma hack fácil.
A jogabilidade é divertida para uma hack tradicional. Ás vezes parece ser desafiadora demais para quem já estava acostumado com o padrão Nintendo. Ás vezes parece ser fácil demais para quem já está acostumado com dificuldade alta. Não apenas isso, a hack permite que o jogador fique tão poderoso que encarar os obstáculos no chão se torna opcional.
Sim. Estou falando da combinação mortal criada pelo homem.
Mario com capa montado em um Yoshi com habilidade de flutuar.
Mas não se preocupe. Boa parte dos estágios são curtos, direto ao ponto. Os castelos e pirâmides por sua vez são longos, mas com um chefe gratificante aguardando no final. Existe uma certa variedade entre um estágio e outro, seja a presença de novos inimigos como obstáculos inteligentes que diversificam a aventura. Não existe mesmice por aqui.
Não esperem muita coisa quando o assunto é enfrentar chefes. Se você já jogou uma hack da autora então jogou todas. Entretanto, a arena dos chefes cria uma certa dificuldade na tentativa de ajudar o chefe á te matar. A batalha contra o Lakitu é de longe a mais desafiadora sem o uso de Feather e a esfinge é a mais engraçada porque depois de três golpes ela já não sabe mais o que fazer.
Por outro lado buscar saídas secretas se tornam uma aventura por si só. Eu realmente não esperava isso da autora, ela conseguiu se superar. Existem certas condições que o levam para a saída secreta, como exemplo estar montado no Yoshi ou ter um poder em específico. Um dos estágios demanda até coletar as cinco moedas A, sendo que uma delas está escondida dentro de um bloco aleatório.
Como prêmio o jogador pode descobrir tanto um estágio especial com alguma bobagem que o torne mais especial ainda... ou uma casa-cogumelo. Dentro desta casa o jogador recebe um poder definido pelo mapa. Foi uma bela surpresa receber o poder mais forte logo no primeiro mapa. Outro detalhe interessante é que os estágios foram desenhados pensando no Yoshi.
Outras hacks fazem estágios complexos, mas o dinossauro verde estraga tudo.
Aqui não: a coisa é linda por demais.
Muitos acreditam que os anos dourados da autora se encontram em 2016. Uma época em que Kaizo não existia e o pessoal casual estava entusiasmado em seus projetos. O dilema é que se você se apegar ao que foi bom um dia jamais vai reconhecer as coisas boas que são feitas hoje. Sim! Não vai ser a mesma experiência, não vai ser a mesma vibe. Mas quem disse que precisa ser?
É admirável que a autora fez o possível para tanto se afastar do próprio passado como se adaptar aos tempos modernos. A hack se manteve tradicional com o seu padrão característico, porém o coletivo de qualidades o torna uma experiência gratificante. O fato que é possível escolher a ordem dos mundos foi um ponto crucial que definiu a experiência por completo.
Eu recomendo a hack de hoje para todos aqueles jogadores que buscam escrever a própria jornada. Jogadores que buscam uma experiência gratificante, nem tão ousada mas também nem tão absurda. É uma aventura gostosa, perfeita pra jogar durante viagens longas. Eis aqui um belo exemplo que uma ótima experiência não precisa de ASM pesado ou 200 saídas.
Pontos Positivos:
+ Tem uma vibe da época de ouro da autora.
+ Mario pode escolher a ordem dos mundos.
+ A estética do jogo te deixa feliz ou nostálgico.
+ Remixes interessantes.
Pontos Negativos:
- Raros momentos de lentidão extrema.
- A experiência fica sem graça jogando com Feather e Yoshi.
- O autor presume que o jogador já conheça certas mecânicas.
- Mundo final possui dificuldade de mundo secreto/opcional.
- Cena dos créditos poderia ser menos... você sabe.
Sugestões:
* Tome cuidado com patches que afetam a VRAM.
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Dificuldade: ★★☆☆☆
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Gráficos: ★★★☆☆
Jogabilidade: ★★★★☆
Trilha Sonora: ★★★☆☆
Criatividade: ★★☆☆☆
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Nota final: ★★★★★★★☆☆☆
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Download: SMWcentral.net
Gamma V não é Pokémon mas isso aqui é uma bela evolução.
Fica a dica: não tenham medo de arriscar ou experimentar coisas novas.
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