Houve um tempo que as hacks de Super Mario World eram mais rústicas, pessoal só investia no aspecto vanilla porque era mais safe. Porém quando chegou 2012 e as ferramentas ficaram mais fáceis de serem utilizadas (em comparação com anos posteriores) o pessoal mais criativo da comunidade começou a apostar em idéias originais sem abandonar o tradicionalismo. Foi então em 2013 que Fornaxus trouxe ao público a sua obra prima chamada The Senate.
A história da hack é bem simples, ponto principal do projeto: Mario entra em coma após ser envenenado em uma cerimônia no Reino do Cogumelo, somente pra acordar tempos depois em uma praia. Ele descobre que um grupo que se identifica como "O Senado" havia conquistado cada canto daquela terra. Agora que Peach está á salvo basta o nosso herói gordinho ir atrás desse bando de louco que certamente não são loucos pelo Corinthians.
O que você acaba de ver bem aqui encima são os quatro mais bonitos mapas do joguinho. A consistência do projeto apela mais pra um vanilla-mix, logo se acostume e admire como o autor usa a criatividade pra improvisar (até hoje eu uso chão como nuvem, não é pecado). O mapa principal é cheio de montanhas e decorações, quase nem tem água e cada espaço foi usada de forma inteligente, com trajetos cheios de curva ao invés de uma linha reta.
Não só mapas como boa parte das fases não arriscam tanto, sem usar tantos gráficos de outras franquias. O que verá são fases que procuram extrair o que podem dos gráficos originais, salvando certos momentos especiais pra utilizarem gráficos que o autor considerou épico. Coincidência ou não, por aqui você encontrará referências gráficas ao jogo Ardy Lightfoot (confira a minha review do game clicando AQUI).
Como você pode ver a hack possui uma história original. E qual é a melhor forma de contar toda a aventura? Com aquilo que muita gente ignora... as cutscenes! Sim! O autor usou um método antigo no próprio Lunar Magic que possibilitou criar cenas com diálogo para a introdução e os chefes. Se você é um daqueles que deseja experimentar a criatividade alheia e não tem medo nem das 9 horas de cutscene de Xenosaga III então essa hack será um prato feito.
Entretanto você precisa tomar cuidado. Quando eu falo que o treco é antigo significa que ele não possui tantas qualidades de vida como regra de toda romhack moderna. Só pra você ficar atento, as cinemáticas não pausam (o tempo da fase vai diminuindo conforme você lê). Possui um power-up reserva? Não pressione SELECT durante o filmezinho senão ele despenca e nem tchau te dá. E nem pense em levar um Yoshi pra cutscene: você não vai conseguir avançar a cena.
Mas fique tranquilo porque hacks modernas não tem mais esses problemas.
Eu espero...
O Level Design do jogo é tradicional, porém interessante. Boa parte das fases evitam ser rompy (mais retas que SMB) e apesar do projeto não usar custom sprites em situações mirabolantes consegue entregar uma experiência variada e divertida aos jogadores que não morrem toda hora (a hack pode ser meio difícil pra quem só sabe jogar com savestate). A verdade é que o pacing da hack é rápido, com exceção daquelas fases que atiram um puzzle aqui ou ali.
Em relação a playlist contamos com remixes de outros jogos, alguns conhecidos (Mega Man) e outros mais obscuros ao ponto de nem eu saber qual é. A trilha sonora não é grande coisa, mas possui o seu charme (a primeira coisa que lembro é a música do mapa principal). Os chefes do jogo são tão criativos quanto o design da arena. Dizem que o chefe final do jogo foi uma surpresa que dividiu públicos mas á esse ponto ninguém se importa mais com nada.
Não só isso mas o autor criou um mini conteúdo após o jogador zerar o game: Mango Island e Final Journey. Enquanto o primeiro são 4 fases secretas com temática bizarra o segundo é apenas uma fase extremamente longa onde você revisita todos ambientes presentes na hack. Sinceramente eu acredito que foi uma bela maneira de encerrar o projeto, ainda mais que o autor pode arriscar idéias que não foram inseridas nas outras fases.
Curiosamente a hack possui algumas fases, digamos assim... especiais. Elas tem gráficos mais bonitos e uma dificuldade mais elevada, porém pra achar elas normalmente será preciso encontrar a rota secreta durante a gameplay. Apesar da hack ser ótima, ela não é perfeita. Tanto é que você precisa dominar uma área (em torno de 45 minutos) pra poder salvar após destruir um castelo. Se comparar com a experiencia original pode assustar apressadinhos.
Encerro por hoje com a melhor imagem:
Mario_trepando.png
Pontos Positivos:
+ A hack é longa mas não é frustrante.
+ Entrega certa variedade pra época em que foi produzida.
+ Mario vive uma aventura diferente e criativa.
Pontos Negativos:
- Alguns chefes possuem hitboxes mal programadas.
- A maneira que o jogo salva torna a experiência mais difícil.
Sugestões:
* O jogo poderia ser graficamente mais atraente.
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Dificuldade: ★★★☆☆
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Gráficos: ★★☆☆☆
Jogabilidade: ★★★★☆
Trilha Sonora: ★★★☆☆
Criatividade: ★★★★★
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Nota final: ★★★★★★★☆☆☆
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Download: SMWcentral
The Senate não só foi a primeira ROMhack que joguei (e me incentivou á aprender Lunar Magic) como também já se tornou um clássico moderno de uma era que não volta mais.
Um mod bacana que vale a pena matar a saudade.
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