ASMA: A Super Mario Adventure


Se tem uma coisa muito engraçada ao produzir jogos é que ás vezes nomes longos se tornam uma ponte pra algum trocadilho regional ou simplesmente não fazem sentido nenhum nessa vida. O título da hack de hoje não é massivo mas se torna engraçado para nós brasileiros simplesmente pelo fato que o acrônimo é ASMA... o que me faz lembrar desse vídeo aqui. Vamos combinar: é pra tirar o folego de qualquer um, não é?

Hoje eu farei uma breve análise de A Super Mario Adventure produzida por Gamma Prime (mais conhecida na comunidade como Gamma V. Por favor, não confundir com outra hack com nome semelhante esquecida no limbo por outro usuário. Para onde será que vão as hacks não escapam do inferno da demonstração? Jamais saberemos. Bom, vamos ao que interessa.


A história é simplesmente a mesma coisa que você jogador já deve estar sabendo de décadas: Bowser sequestra Peach e agora Mario precisa resgatá-la. Para isso ele e seu irmão Luigi (que só é jogável no modo Player 2) devem desbravar oito mundos na mesma ordem dos jogos da própria franquia. Como podem ver na imagem acima o Deserto é um deles e faz parte de um dos maiores mapas do jogo. Então se você curte areia vai amar essa parte.

Um diferencial que a hack de hoje apresenta em relação ás demais é o uso de uma feature do Lunar Magic. Algumas fases são azuis, isto é, tem 3 saídas para serem encontradas. Claro que nem toda fase tem esse detalhe mas o jogador terá que explorar além do normal caso queira encontrar todas as saídas. Eu diria que faltou mais ousadia pra editar o mapa. Poderia haver uma maior edição da borda, assim como uma menor padronização do nome das fases.


O level design é tradicional. Semelhante ás outras hacks do mesmo autor cada fase possui praticamente a mesma estrutura de 2-3 salas. Primeiro você começa em um level e ao chegar no final se depara com um cano que leva pra uma Goal Tape. Caso contrário se a fase tiver um foco maior em exploração é possível acessar um ou dois canos pra fazer alguma coisa e então voltar pra sala principal. Todas as fases normais funcionam dessa maneira, não tem erro.

Entretanto isso não significa que a experiência será "mais da mesma" quando é possível ver novos inimigos sendo utilizados de forma conveniente. Tem fases que lembram Mario Bros (100% horizontais) e tem outras que usam um angulo mais amplo, indo pra cima e para os lados. No final de cada mundo (são 8, eu acho) o castelo re-utiliza as principais mecânicas usadas anteriormente porém com uma dificuldade elevada. Isso é bem legal de ver.

Os quebra-cabeças são simples mas divertidos. O uso inteligente dos Switch Blocks que permite um atalho ao jogador após o World 6 facilita a vida de quem tem pressa ou simplesmente quem não tem habilidade. Para aliviar a tensão dos novatos (caso se assustem com a penca de inimigos) a hack adicionou um sistema novo de Powerdown, assim se o jogador for Cape Mario ele reverte para Big Mario (ao invés de Small Mario) ao levar dano.


Os chefes são os mesmos do jogo original mas usando uma nova rotina, tanto gráfica como ASM. Antes de enfrentar um Koopa (que curiosamente utiliza uma mecânica contra você) em um castelo é quase que obrigatório enfrentar um Boom-Boom em uma torre. Interprete isso como se cada mapa tivesse um sub-chefe mas que através de atalhos secretos é possível ignorar esse bobinho e ir direto ao assunto com o chefão do mapa.

O gráfico é exatamente o que você está vendo. A hack possui uma apresentação mais Chocolate (editada) apesar da estética ter um foco mais baunilha. Isso quer dizer que o jogador vai encontrar um visual que lembre eventos como VLDC, no qual pessoas fazem milagres com gráficos originais do SMW. As cores são vibrantes e o Fake HDMA embeleza a composição de algumas fases. Diria que segue a premissa de outra hack do mesmo autor.

A trilha sonora por sua vez é simples, porém nostálgica. Todas as músicas usadas são de uma época clássica da comunidade (acredito que 2012) com trabalhos de gente importante como ThinkOneMoreTime. São músicas antigas sem qualquer instrumento extra (me pergunto porque a hack não é 2MB) criando uma imersão cheia de nostalgia. Sempre bom dar valor pra quem caminhou por quem agora consegue correr.

Duas maneiras de encontrar os moedão amarelo durante o game.

Eu posso estar enganado mas eu senti uma certa ausência de uma nova mecânica implementada no jogo. Logo no começo o jogador percebe duas coisas: algumas Yoshi Coins se escondem em blocos (obrigando a acertar todos da fase) e outras precisam receber um casco. Só que ao longo da jornada tanto eu como o autor se esqueceu que é possível coletar-las com cascos. Fora as vidas não existe um incentivo maior pra ir atrás delas.

O nosso amigão Yoshi está presente na aventura mas a sua presença atrapalha mais do que ajuda. Isso se torna evidente durante fases mais claustrofóbicas, seja por lugares apertados ou a presença de inúmeros inimigos na mesma tela (que por sinal, gera lentidão). Existe momentos bem criativos que realmente o jogador depende de um Yoshi pra avançar/acessar a rota secreta caminhando em Munchers ou voar com um casco azul revelando um segredo.

O autor fez questão de usar o sacrifício de um pra pegar itens inacessíveis.
Eu acho isso hilário.


O que não acho muito engraçado mas mesmo assim foi uma surpresa são os momentos cheap presentes em fases que deveriam ser mais difíceis que as outras. Eu cito exemplos como Blind Jumps (o famoso pular sem saber se tem chão ou inimigo), inimigos escondidos que te atacam inesperadamente (como um certo UGH na Jade Forest) e Layer 3 que cega/oculta parcialmente o chão. Dá pra ver que o autor tentou tornar a experiência difícil da metade pra frente.

Outro detalhe que acabou passando despercebido é o fato que é possível voar com a Feather (peninha). Algumas fases não possuem No Vertical Scroll ativado gerando momentos de sorriso amarelo (como o da foto abaixo). Claro... não é toda santa fase que isso acontece mas vale lembrar que sim, esse erro está presente na hack. O mundo não vai acabar por causa disso (eu acho).

Na esquerda tem lentidão. Na direita tem ausência de gráfico.

Mesmo com a presença de erros amadores na carreira de um veterano não é o bastante pra sujar a experiência da hack de hoje. Não é perfeito... mas está longe, bem longe de ser uma péssima Romhack. Eu diria que o autor deve ser parabenizado por tentar algo diferente mesmo que pra isso continue na sua zona de conforto de quase 15 anos. Eu esperava uma edição maior da borda do mapa mas é apenas um detalhe: eu gosto de editar tudo que vejo.

Eu recomendo essa hack tanto para jogadores novatos (ou que tem medo de jogar hacks por causa da dificuldade apesar que esta também comete deslizes) ou simplesmente para quem é fã do autor. Jogadores experientes podem se aborrecer logo de cara com a dificuldade e fãs vão perceber uma certa "semelhança" mas acredito que essa consistência é que cativa boa parte do público.

Eu esqueci de mencionar o novo HUD minimalista.
Droga, deixa pra lá.

Pontos Positivos:
+ Experiência interessante pra quem quer conhecer SMW hacks.
+ Gráficos coloridos e vibrantes.
+ Trilha sonora traz nostalgia aos usuários mais veteranos.

Pontos Negativos:
- Começo fácil pode aborrecer quem procura dificuldade.
- A lentidão ocasional atrapalha a experiência.

Sugestões:
* Poderia existir um incentivo extra pra coletar Yoshi Coins.

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                  
Criatividade:                    
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Nota final:         
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Download: SMWcentral.net

Isso que eu chamo de uma aventura de tirar o fôlego!
Hey! Pra onde vão? Eu tenho mais piadas pra contar. :/

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