Kid Adventure 3: The Will of Sakito


Chega um certo momento na vida que a pessoa acaba sentando no chão, se perguntando o que vai fazer e pra onde. Aqui no website ás vezes eu sinto a mesma coisa... principalmente quando sou obrigado á escrever a introdução de uma resenha. Veja bem: não basta ser um longo tapa-buraco, tem que ser criativo e combinar com o tema da coisa. Mas hoje? Poxa vida. Semana passada eu queimei meus neurônios pra comentar sobre numerologia e agora outra hack com número três? Meu irmão assim não tem quem aguente. Sacanagem, viu.

O jogo de hoje é uma continuação. 
Recomendo que leiam também a resenha de Kid Adventure 2 clicando aqui.


O mapa continua simples porém desta vez com uma melhor estrutura, mais complexa. Se antes o mapa usava apenas um pequeno pedaço (famoso submap) agora já aproveita a mobilidade do mapa principal, criando rotas alternativas que lembram um pouco SMB3. Algumas fases possuem saída secreta, levando para uma fase especial (comentarei mais tarde) mas são raras. As cores são as mesmas dos jogos anteriores mas é possível perceber gráficos novos extraídos (?) de outros jogos de NES. Infelizmente a borda e o fundo não foram editados... que pena.

Eu gosto quando as hacks editam o que podem ao máximo, sabe?
Até porque o mapa é basicamente um menu das fases do jogo.

A primeira coisa que você percebe quando entra na primeira fase é a mudança na interface. Ela está diferente, mas continua usando o sistema de HP estilo Metroid de edições anteriores. Se não me engano o jogo anterior usou uma versão similar a Zelda II (dos corações simbolizando dano, sabe)... sinto falta daquelas bolas laranjas. Pelo menos os poderes continuam os mesmos, acho que até o gráfico das panquecas foram melhorados, com mais caramelo. A fase que simboliza uma Yoshi House apenas mostra o HI-SCORE e uma paisagem bonita em 8-bits. Quem é aquela guria?


Você se lembra do desastre que foi jogar Kid Adventure 2? Pois se você jogou e concorda comigo então pode relaxar porque o autor se superou por aqui. Não é nada inovador ou renascentista mas a construção (aka Layout) das fases lembram muito o primeiro jogo, porém bem mais criativa. Temos fases um pouco mais longas, inimigos com gráficos novos e certas mecânicas exclusivas. Incluindo a sacanagem de escoltar fantasmas. Na teoria parece legal escoltar um sprite no Super Mario World mas como todo mundo sabe missão de escolta é um inferno. Mas quer saber? Foi criativo e ousado.

Os visuais por sua vez são limpos e coloridos. Seguindo o estilo das entradas anteriores o jogo resolveu apelar para o melhor gráfico que lembrasse consoles como Game Gear e Gameboy Color. Claro é a mesma ideia dos jogos anteriores mas aqui estão mais lindos do que nunca... com exceção de algumas fases que infelizmente editaram as cores de forma bem rude (aí ficou meio feio). A trilha sonora é o que se espera pra época: músicas boas que todos conhecem mas com instrumentos considerados medianos. Por causa disso é não jogável no console.


Eu acredito que a imaturidade do autor ficou evidente com a inclusão de elementos considerados racistas sem qualquer coesão com o projeto. Ao invés de usar tais elementos históricos com a proposta de educar futuras gerações sobre os erros do passado o autor fez questão de persistir no erro em nome de um senso de humor depreciativo, típico da imagem que o pessoal tem de quem frequenta fóruns anônimos na internet (os famosos Boards). Vale lembrar que nesta época era necessário dedicação e entendimento pra produzir uma Romhack... coisa que o ator disso aqui simplesmente não teve.  

Como mencionado anteriormente o jogo possui algumas salas especiais. E quando digo especiais é porque elas possuem um objetivo único. Uma delas é um mini-game na neve (achei criativo) e a outra é uma batalha contra o "kirby azul" do primeiro jogo. Existe mais outra batalha contra a sereia do Megaman mas não vou entrar em detalhes agora pra não estragar a surpresa. Entretanto queria destacar uma fase especial logo no começo do jogo onde é possível recarregar todo o seu HP. O que é uma pena é que não é possível incrementar o seu HP máximo mas quem sabe estou mal acostumado com esse tipo de coisa.

Pelo menos não preciso de uma tinta amarela pra me guiar em um jogo.
Vivendo e aprendendo, irmão. Toca aqui! não.


A sessão final segue os meus princípios das entradas anteriores, simulando a experiência de jogar o castelo do Dr.Willy na franquia Megaman. São fases bem estruturadas, não tão longas como parece mas com uma dificuldade mais elevada. Se o seu problema é dificuldade, não se preocupe: o que era pra ser cheap agora ficou é chato demais. Pense nisso como um "teste final", mas sem chegar ao ponto de se tornar um Lost Levels. Tem uma fase em que você precisa guiar novamente um sprite fantasma e bom... isso vai forçar alguns jogadores á usarem savestates.

Se o castelo final parecia ser algo sério ao ponto de achar que o mundo acabaria o chefão nem tanto. Ele possui diversas phases aka "essa não é a minha forma final", algumas delas iguais ás entradas anteriores da série (para você ver como o cara tá desesperado que usou novamente o que já não deu certo). O final desta vez é mais cinemático e gratificante mas por um lado é a mesma coisa dos jogos anteriores... parece até que o autor estava seguindo uma receita de bolo. Se levar em consideração que a própria Capcom fez a mesma coisa na época então o autor é consistente.


Para aqueles que desejam entrar de cabeça nessa "franquia" de hacks de Super Mario World lembre-se que esta edição é melhor que a primeira que acaba se tornando melhor do que a segunda. A experiência continua mais da mesma porém a decepção da segunda aventura se converteu em diversão. O que realmente ferra é que o autor deixou uma surpresa para adultos em um jogo considerado infantil então mesmo que o seu filho ou parente queira jogar... não vai rolar.

Eu recomendo o pessoal mais novato pra fazer uma força e conhecer a hack de hoje. Caso realmente seja um incômodo aguarde pelo remake ou simplesmente jogue uma versão sem safadezas (se bem que tá pra nascer quem irá fazer isso). Se você é daqueles que se amarra em uma experiência casual vai acabar usando savestates em alguns momentos por causa da dificuldade. Enquanto isso o pessoal do Kaizo talvez encontre algo interessante por aqui. Quem sabe?

Se você não faz ideia do que a tal surpresa para adultos se trata...
Dá uma olhadinha na imagem abaixo. :)


Pontos Positivos:
+ Uma evolução se comparada as edições anteriores.
+ Hack desafiadora e carismática.
+ Conteúdo bônus (safadinho).

Pontos Negativos:
- Presença de Blackface vai deixar MUITA gente brava.
- Fases de escoltar inimigo são as piores do jogo inteiro.

Sugestões:
* A arte da sereia poderia ser maior (sugestão é sugestão). :D

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                  
Criatividade:                    
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Nota final:         
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Download: SMWcentral.net

Tão feliz? Agora entendo a insistência.
Mas o melhor está por vir. :)

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