Mario's Ruined Seclusion

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Se existe um detalhe bobinho para o pessoal mais novato não querer cair de cabeça no mundo do SMWhacking é o medo de achar que todas hacks são iguais. E quando digo iguais me refiro ao receio de baixar uma hack bonita mas com uma dificuldade extrema ao ponto de acharem que é kaizo . Por essas e outras esse pessoal acaba ou jogando as hacks da Gamma V ou se divertindo com o jogo original. Selo purista de qualidade, meus amigos! Se você faz parte desse grupo não tenha mais medo. A resenha de hoje é de uma hack produzida e compartilhada pelo até então BlueSheep123 . O cidadão está á quase 10 anos na comunidade e só lançou esse jogo? Que coisa, minha gente. Seria possível uma hack ser bonita e ao mesmo tempo divertida? Seria possível expandir a qualidade Nintendo original? É o que veremos agora. Como podem ter percebido na imagem acima o autor não precisou pensar muito para que a aventura se tornasse real. Basicamente tava tudo normal quando Peach desaparece e aí você já viu. Mario agor

K-16: Story Of Steel


Se existe algo realmente chato é descobrir que as resenhas que você um dia escreveu foram apagadas por alguma razão. Quero dizer, não basta a pessoa jogar e prestar atenção em cada detalhe: algum dia a pessoa vai ter que escrever um textão enorme novamente. Oh! O seu laptop pegou fogo? Que pena... agora você possui uma resenha com trechos em branco. O engraçado é que ao ler o rascunho final parece que são duas pessoas que escreveram a resenha. Se vocês estão perguntando como eu consegui esta proeza saibam que certo dia eu atualizei a BIOS... e aí a memória RAM... yeah, você já viu tudo.

Pra você entender o que acontece nesta hack você precisa zerar Sicari (2013) primeiro.
Para mais informações clique bem aqui.


A história faz mais sentido para aqueles que zeraram a prequel da versão original. Scarlet, a vilã da hack, perdeu o irmão em um confronto contra Sicari que sem dó chutou o saco do cara tão forte que ele virou purpurina. Como vingança Scarlet abriu um buraco negro massivo no espaço na tentativa de matar Sicari e de quebra exterminar a raça humana. Como Sicari não consegue respirar no espaço (afinal ela é humana) a heroína enviou a sua amiga K-16, uma androide misteriosa com sangue nos olhos. E assim inicia a história do jogo de hoje.

O sistema de cinemática, agora moderno, foi programado pelo lendário Blind Devil. Se o jogador quiser se informar sobre a lore existe várias caixas de informação pelo jogo. Eu diria que pra época existe bastante cinemática, principalmente antes do confronto com chefes ou qualquer momento trivial. O problema da narrativa é que tudo se torna um mistério. Os chefes falam algumas bobagens e a heroína simplesmente não consegue compreender nada. É como se o próprio jogo desse mais perguntas do que respostas ao jogador. Sem querer-querendo o jogador acaba por se desinteressar pelo enredo.


O jogo mal inicia e podemos ver o pontapé artístico inicial do autor da hack. Ao contrário do jogo anterior temos aqui um mapa espacial ilustrando o caminho pelo qual a protagonista deverá explorar. Não parece ser muito para os dias de hoje mas para sua época acredito que estava ótimo. Os gráficos são originais, principalmente a arte de K-16. O que não entendo era a intenção do autor com os três quadros na borda: será que ele tinha intenção de modificar através de eventos na época? Quem sabe. Pra quem é artista brincar com ASM é coisa de louco.

Logo na primeira fase percebemos um certo upgrade em relação ao HUD. Enquanto em Sicari parece um manuscrito com letra de médico aqui a situação fica mais tecnológica. Diria até, se possível, que me lembra um pouco do jogo Alien III. Devido ao seu verde ficou um pouco mais fácil identificar as informações em boa parte das fases, apesar de que o jogador irá prestar mais atenção nos obstáculos. O jogo agora introduz bastante lore, mas para quem tem pressa o importante é a sua jogabilidade. Veremos agora como o jogo se saí em relação aos outros quesitos.


No jogo anterior todos os personagens estavam cabeçudos demais, com uma aparência que mais parecia Chibi (vulgo SD/Super Deformed). Tudo bem, os personagens por aqui continuam cabeçudos porém é possível ver que o autor evoluiu um pouco suas habilidades visuais. Em Sicari era quase impossível distinguir chão do cenário mas aqui a experiência melhorou muito. A arte continua com um apelo um tanto cru, digno de quem está começando a desenhar. Quer um exemplo? Dá uma olhada nessa abundância de contornos pretos...

Entretanto visualmente o que mais me indigna é que o autor cometeu alguns deslizes visuais já vistos no jogo anterior. Um belo exemplo são espinhos como decoração, com a diferença de que aqui os espinhos estão bem mais bonitos. O jogo parece seguir um limitado conjunto de cores que não fazem justiça para o SNES. Sinceramente o apelo visual varia entre NES e SEGA Genesis. Não que a monocromia seja ruim mas quando a fase é pra ser azul será TODA AZUL. Pouco foram os stages que usaram várias cores e o console é bem mais capaz do que isto.

Momento Kaizo Mario.

De uma maneira geral o Level Design cumpre o seu papel, desafiando cada vez mais o jogador com desafios que variam entre o justo e a mais pura sacanagem. É como se o autor tivesse dificuldade (veja a ironia) em elevar a dificuldade da experiência. Entretanto se torna quase impossível reclamar da mesmice quando o Layout das fases foram criados com foco total em ação. Se você é fã de Megaman vai se sentir em casa por aqui, com certeza.

A trilha sonora por sua vez é boa mas envelheceu pra dedéu. Em tese quando um projeto possui uma seleção editadas de alguns sucessos como Sonic 2 e DuckTales não se imagina que um dia o jogador vai querer jogar com a televisão no MUDO. As músicas são boas, mas o que estraga é a qualidade do port. Bom saber que esta série é uma das poucas que trocaram boa parte dos SFX. Não é a toa que alguns jogadores se confundem com um jogo original!


Por mais que o jogo compense com uma experiência digamos mais agradável do que o jogo anterior ainda sofre com decisões questionáveis. Tá certo que o projeto é antigo mas o janky por aqui não é brincadeira. Os inimigos parecem não dar tempo do jogador respirar nos últimos mundos, apesar que esta é o menor dos problemas. Os chefes vão causar uma bela dor de cabeça com uma péssima hitbox e um HP três vezes maior do que o seu. Se torna frustante esquivar dos golpes rápidos dos chefes ao mesmo tempo que precisa contar com a sorte ao acertá-los com um salto.

Como jogador digo que senti falta de corações ou qualquer coisa que recuperasse a vida de K-16 antes de enfrentar os chefes. Além de não existir nenhum coração disponível, tampouco o checkpoint compensa em alguma coisa. Diria que seria mais viável entrar na fase dos chefes com corações reservas mas se torna frustante no momento em que você descobre que o coração apenas restaura 1/5 do HP enquanto os inimigos removem 3/5 do seu HP com cada golpe. A verdade é que apelar pra savestates não é desculpa, entende? Complica bastante a experiência no console.


O último mapa é similar ao jogo anterior, mas ao invés de invadir vários segmentos de um castelo você vai destruir uma nave espacial de dar inveja na Samus. O sistema de defesa na nave usa muito tiro então se você for um daqueles jogadores que não conseguiu matar um chefe no Megaman... só lamento. O clima esquenta por aqui e qualquer descuido vai matar o protagonista. São várias fases curtas, cada uma com um propósito diferente.

Mas sabe o que parece durar uma eternidade? A penúltima fase Redfang Engines. O jogador é obrigado a vencer os obstáculos para poder enfrentar um chefe já visto anteriormente na hack. Entretanto o jogador tem que ter a destreza de fazer isso quatro vezes seguidas... sem salvar! Como se isso não fosse o suficiente a última fase é dedicada para o chefe final. A batalha é alucinante e até impressionante pra época: com vários estágios de combate e tudo mais. Só que eu acabei rindo quando percebi que a música épica escolhida pra forma final da vilã é a lendária Trying To Be Epic.

Quero dizer... Scarlet realmente tentou ser épica.
Só que infelizmente Diagonal Mario 2 veio pra suprimir memórias.


Eu vou ser honesto (como sempre fui) com todos vocês. Se você comparar a hack de hoje com o Remaster eu prefiro jogar o Remaster. Agora se você comparar com a versão original de Sicari eu prefiro jogar a hack de hoje. Os visuais são mais chamativos, as músicas são mais legais de se ouvir e o jogo possui bem mais ação, com focos em tiros. Infelizmente a dificuldade se eleva drasticamente perto do fim do jogo e haja paciência para aqueles que desejam evitar trapaças.

É um projeto que mesmo melhorando em vários quesitos ainda continua errando em outros detalhes mais bobinhos. Detalhes bobinhos que sem querer incrementam a dificuldade artificialmente. É uma hack desafiadora mas acabou ficando mais complicada do que aparenta. Se você manja dos Kaizo a experiência vai soar interessante agora se você é um daqueles casuais vai acabar comendo poeira. Eu consigo enxergar o povo usando savestate da metade pro final.

Observem a ausência de emoções de alguém que eliminou uma colônia espacial.
Vocês sabiam que o jogo tem loja? Eu só descobri depois que zerei.

Pontos Positivos:
+ A hack possui uma jogabilidade focada em disparos.
+ Personagens novos? Lore original.
+ O chefe final é interessante pra época de lançamento.

Pontos Negativos:
- Dificuldade artificial pra expandir a experiência.
- As duas últimas fases vão exigir um pouco mais do jogador.

Sugestões:
* Jamais use espinhos como decoração. Por favor.

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                  
Criatividade:                    
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Nota final:         
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Download: SMWcentral.net

Agora que contemplamos a experiencia raiz chegou a vez do Remaster.
Mas esta resenha fica para outro dia...

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