24/10/2025

Espírito do Halloween


Aposto que ninguém esperava por essa.
Bom, não tenho muito o que dizer então vamos ao que interessa.

A hack de hoje foi produzida em 2009 por Lester Vine, um velho conhecido da comunidade brasileira Mario Hacks. Se você já ouviu falar da infame Espírito do Halloween mas jamais teve a oportunidade de dar uma olhada... bom, essa é a sua chance. Vamos lá?


Como toda aventura original a de hoje também foi escrita pelo próprio autor. Para comemorar o dia das bruxas a princesa Peach resolveu gastar o dinheiro do reino em outra festa. Pra variar, Mario foi convidado e Luigi foi atrás. Só que lá pelas tantas os irmãos perceberam que os convidados estavam virando madeira. Eles não pensaram duas vezes e juntos embarcaram em uma aventura.

Logo no começo do jogo a história é contada através de um sistema rústico de porta, sistema esse comum na época porque nem todo mundo manjava de ASM. Vou logo avisando que a presença de erros ortográficos é constante. No começo tudo é muito engraçado, mas logo depois o jogador não sabe se fica com vergonha ou triste. Indicador visual é inexistente e tampouco é possível ignorar.

JESUS CRISTO.

O jogo possui três segmentos: festa, floresta e mansão.
Vamos dar uma breve olhada em cada um deles.

A festa é caprichada na medida do possível. O lugar mais parece um curral americano. Os Toads ficam caminhando de um lado para o outro, só no aguardo que Mario interaja com eles. Alguns dizem coisas importantes, outros falam bobagens. Logo na primeira cabana encontramos Yoshi. Ele explica ao jogador que moedas azuis são más e amarelas são boas.

Cada curral bizarro do evento esconde uma brincadeira especial. Alguns Toads até incentivam o jogador á pegar a maior quantidade possível de vidas possível mas evitam dizer que é pra sobreviver ao estágio mais tarde. O mini-game dos blocos saltitantes ficou legal, mas o mini-game do salto duplo ficou melhor ainda. Ninguém explica direito as regras então você descobre na hora.

A última cabana possui um mini-game de corrida automática semelhante ao Super Mario RUN. Os ossos no céu ficaram estranhos mas o cenário de DKC3 foi a cereja do bolo. Era empolgante naquela época combinar o simples com o realista. O outro mini-game envolvia queda livre, mas não gostei tanto. O importante é que todas as brincadeiras ensinam alguma gimmick.

Se lembram daquele buraco na moita? Yeah... leva até a Peach.
Mas chegando lá o pior já aconteceu...


É durante o bosque sinistro que a aventura começa de verdade já que o evento da Peach foi apenas uma distração. Mario segue a fumaça, entrando em um bosque sinistro. Logo no começo deste segmento somos recebidos por um casco vermelho chutado por um inimigo de fora da tela. Em questão de segundos percebemos o spam de inimigos e com eles, a lentidão extrema.

Logo em seguida Mario cai em uma caverna ON-OFF. Para sair com vida é preciso ir até o final, ativar o controle e retornar ao começo do sublevel. Para nossa alegria o autor não sabia que é possível ignorar tudo isso chutando um Goomba do bosque logo no começo. Após isso jogamos o bosque novamente, que curiosamente é mais fácil do que a etapa anterior.

A etapa final deste segmento não é tão legal quanto parece. Mario está em uma caverna estranha com um teto espinhoso que desce lentamente. É preciso ativar um bloco verde para impedir o pior, mas estes blocos se encontram distantes um do outro. Levar dano é essencial para não perder a velocidade da corrida. É tudo muito rápido, é bem chato de jogar. Savestates, alguém?


Assim que o sufoco termina Mario surge em um local repleto de água e golfinhos. O cenário lembra bastante aquele usado na batalha contra o Bowser do Brutal Mario. Tem um peixe gordo seguindo o jogador por aqui. Se você conseguir matar-lo com um casco verde se torna mais fácil nadar já que os koopas estão voando. É nesse momento que o jogo corta para o Luigi.

ATENÇÃO!
O jogo trava justamente na cutscene do Luigi em emuladores modernos.
Parece que esta hack é exclusiva do Zsnes.

Após jogar tudo de novo em um emulador de 2007 finalmente descobrimos que após essa cutscene Luigi enfrenta um ratão muito louco. Pra variar, Luigi sobrevive e decide ir atrás do irmão. O problema é que o autor achou genial repetir o mesmo layout do bosque sinistro. Curiosamente o nosso herói verde não consegue fazer spinjump e aí já viu, né? Maior sacanagem isso daí.

Lembre-se: o ano é 2009.
Parece simples hoje mas qualquer coisa antigamente era um ó do borogodó.

Após Luigi sofrer o pão que o diabo amassou o jogo acaba retornando para o controle de Mario. O nosso bigodudo favorito se encontra agora dentro de uma mansão assombrada, esta completamente vazia. O clima é sinistro, tão escuro que não é possível ver nada. O vilão se revela e com ele, seu plano maligno envolvendo uma essência poderosa. Eu gostei que o cara é duro na queda.

Inicia então a maior sacanagem do jogo. Não enfrentamos apenas o vilão, mas seus lacaios em sequencia. Primeiro você enfrenta sozinho, depois são dois, três e finalmente quatro inimigos na mesma arena. O autor colocou espinhos na arena e as bombas que machucam um dos chefes é completamente preta. Não dá pra ver nada, parece que o jogo não quer que você ganhe.

Imagine chegar até este momento sem trapaça.
É realmente complicado, tem que ser facão na bota pra conseguir essa proeza.


É nesse momento que Mario morre, mesmo vencendo o vilão. Só que Luigi aparece e o vilão usa a essência pra tentar derrotar o nosso herói. Enfrentamos o mesmo chefão chato que cospe bombas porém desta vez são três ao mesmo tempo. O acúmulo de bombas provoca lentidão extrema, até que ajuda um pouco. Mesmo assim é uma batalha MUITO chata, vocês não tem noção.

Se você tiver a habilidade e paciência pra matar o chefão final o jogo termina de um jeito que mais parece filme da sessão da Tarde. Mesmo Luigi salvando o dia é Mario que recebe os créditos. Pra variar Bowser capturou a princesa e os dois precisam resgatá-la... o que eles não sabem é que o vilão escapa e promete retornar um dia pra acabar com todo mundo do Reino Cogumelo.

E então surge os créditos originais do jogo. Bem legal.
O que eu mais gostei foi que o autor deixou claro que Tales Of Phantasia era o melhor RPG.


Essa foi uma das experiências mais confusas que já tive. A última vez que joguei esta hack foi a quase 10 anos atrás. Minha percepção do bom e ruim não estava formada ainda. Lembro que conheci esta obra prima quando o autor jogou durante uma call no Skype. Todos riam porque era pra rir. O autor tinha noção que a primeira hack dele não era perfeita... e isso faz parte da vida. 

O jogo começa empolgante como também engraçado. Dá pra quebrar um galho no evento da Peach até descobrir que o bicho pega no bosque. Não tenho certeza, mas acredito que a hack foi feita pra ser jogada com savestates. Caso contrário, boa sorte. O jogo em si não é kaizo, mas a qualidade dos obstáculos oscila entre desagradável e legalzinho. Oh! E os chefes, então?

O primeiro chefe foi eficiente porque ninguém esperava. Aliás, ninguém esperava que Luigi seria jogável e tampouco em momentos cruciais. Só que os chefes que o Mario enfrenta parece não acabar nunca. A qualidade da arena é horrível, não dá pra enxergar nem a HUD quanto menos os espinhos das laterais. Inserir um checkpoint antes da batalha final não machucaria ninguém.

Por último, mas não importante: o enredo da trama. Por mais bobinha que seja a história é até legal. É criativa e engraçada. O problema foi que certos momentos deveriam ser levado a sério, mas os erros ortográficos transformaram tudo em um show amador. É possível afirmar que o autor fez isso quando era criança? Claro. Mas que criança criativa ele era, não é mesmo?

Tão antiga que foi difícil achar até longplay!

Dar uma nota pra esta hack não foi fácil. Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que não recomendo esta hack pra ninguém. Entretanto, como uma cápsula do tempo ela é ótima. Não só isso se tornou infame entre os brasileiros como representou uma era no cenário brasileiro de SMWhacking. É um projeto interessante que tentou fazer algo diferente mas não envelheceu bem.

Nos encontramos em Castlevania: The Perfect Night.
Fiquem com o final da hack.


Pontos Positivos:
+ Aventura temática de outubro.
+ Engraçada pelos motivos errados.
+ Estética interessante pra sua época.
+ É possível jogar com Mario e o Luigi.

Pontos Negativos:
- Erros ortográficos constantes e sinistros.
- Ausência de checkpoint.
- Lentidão causada pelo uso desnecessário de inimigos.
- A hack explode em emuladores modernos.
- Experiência miserável mesmo com trapaça.

Sugestões:
* Checkpoint antes do último chefe seria ótimo.
* Um remake não seria má ideia.

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Dificuldade:                      
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Gráficos:                           
Jogabilidade:                    
Trilha Sonora:                   
Criatividade:                    
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Nota final:         
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A parte mais engraçada é que a hack foi lançada após o Halloween.
Nos vemos no próximo castelo, meus amigos!

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